quinta-feira, 1 de agosto de 2013

PAC: obras no CE estão entre as mais atrasadas.


Algumas das principais obras de mobilidade urbana e de transportes, de modo geral, construídas no País com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já extrapolaram em muito o seu cronograma de execução. Este é o caso da ferrovia Nova Transnordestina - mais de 1,7 mil km que ligarão Piauí, Ceará e Pernambuco aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE) - que teve sua data postergada em cinco anos.

Conforme o primeiro balanço do PAC, divulgado em abril de 2007, a previsão de entrega da obra era 2010. Hoje, o governo trabalha com o prazo de dezembro de 2015.

Outra obra, desta vez na área de mobilidade urbana, que apresenta atrasos no Ceará é a Linha Sul do metrô de Fortaleza, que, apesar de ter tido suas duas últimas estações - Chico da Silva e José de Alencar - entregues pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador do Estado no último dia 18 de julho, só deverá operar comercialmente a partir do próximo ano. Isso representa, de acordo com os balanços do PAC, um atraso de dois anos na conclusão da obra, uma vez que a previsão era 2012.

Esta realidade de atrasos na conclusão das obras de mobilidade urbana não é exclusiva do Ceará. O metrô de Recife (PE), por exemplo, também não cumpriu o cronograma previsto e deverá ficar pronto somente em 2014, cerca de dois anos após o prazo inicial previsto.
Já outra ferrovia atrasada no País é a Ferronorte, localizada entre Alto Araguaia (MT) e Rondonópolis (MT). A obra tinha conclusão planejada para 2010, mas, com os atrasos, ficará para o fim deste ano.

Rodovias
No caso das principais rodovias em construção no País com recursos do PAC, o atraso médio na conclusão das obras é de quatro anos, de acordo com um levantamento feito pelo portal de notícias G1, realizado com base em dados do Ministério do Planejamento, gestor do Programa.

Entre o primeiro balanço do PAC, em abril de 2007, e o último, em junho deste ano, os nove empreendimentos em rodovias apontados como "ações significativas" pelo Ministério do Planejamento apresentam média de atraso de 48 meses. Essas nove obras integram o PAC 2 desde o lançamento, em março de 2010 - oito estão em andamento e uma foi concluída.

De acordo com os dados do Ministério do Planejamento, há rodovias com atrasos de até seis anos, como é o caso do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro (BR-493). A obra, segundo previsão dada em 2007 pelo governo, devia ter sido concluída em 2010. Com o lançamento do PAC 2, a conclusão foi postergada para 2014. Agora, o prazo estabelecido pelo Planejamento é 31 de dezembro de 2016.

Status
A cada balanço do PAC, o governo remarca as datas previstas de conclusão dos empreendimentos. Ainda que não tenha sido entregue na data marcada, a maior parte das obras recebe status de "adequada" porque passa a ser regida por um novo cronograma. O ministério atribui carimbo de "adequado", "atenção" e "preocupante" para identificar riscos e adotar medidas necessárias à solução dos problemas. Os riscos de execução de uma obra "adequada" são considerados "controlados". Já um empreendimento com status de "atenção" tem "risco potencial" e um "preocupante" tem "risco elevado".

O Planejamento informa que apenas duas das "ações significativas" estão em situação de "atenção" - o Arco Rodoviário do Rio de Janeiro (BR-493) e a duplicação entre o Trevão e Uberlândia, em Minas Gerais (BR-365). As demais obras, apesar do atraso médio de quatro anos, receberam o carimbo de "adequada" e uma de "concluída" - a pavimentação entre Guarantã do Norte (MT) e a divisa do Mato Grosso com o Pará, na BR-163.

Transição

Conforme a assessoria de imprensa do Ministério dos Transportes, as diferenças das datas previstas para a conclusão de obras "refletem o período de transição do setor público (planejamento) e do setor privado (projeto e construção), que tiveram que se adequar para atender às necessidades de um novo patamar de investimentos".

O ministério afirmou ainda ser "provável" que muitos projetos, em um primeiro momento, "minimizaram as carências e os problemas de gestão do setor provocados pelos anos de baixa atividade e de desmonte da estrutura governamental de planejamento de transportes".

De acordo com a pasta, o atual cronograma do PAC foi ajustado com uma "previsão mais realista".


Fonte: Diário do Nordeste

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