População
revela que se sente insegura tanto em espaços públicos quanto privados da
cidade e convive com o medo
Não existe mais hora nem local. Seja nas ruas, praças, em veículos particulares, no transporte coletivo e até mesmo dentro de casa, a sensação de insegurança do fortalezense é generalizada. Com a droga e o crack, o problema se intensifica. Dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) apontam que, de janeiro a julho deste ano, foram registrados 1.099 homicídios dolosos na Capital.
A técnica de enfermagem Ana Cristina de Sousa, 34, trabalha na Santa Casa de Misericórdia, no Centro, e conta que casos de assaltos são recorrentes. Ocorrem, diariamente, sobretudo entre as 6h e 7h e 18h e 19h30. No fim de semana, relata que a situação fica ainda mais delicada. "Saímos do trabalho aterrorizados e não vemos nenhuma viatura. No domingo é horrível, já escapei até de arrastão na calçada da Empresa Cearense de Turismo (Emcetur). A insegurança é horrível", denuncia.
Quem trabalha no comércio também vive em constante clima de tensão. A cada novo cliente que entra é um sobressalto, pois não se sabe ao certo quem está entrando, cliente ou assaltante. Conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma) cada farmácia é assaltada, em média, uma vez por mês.
Antônio Félix, presidente do Sincofarma, informa que existem cerca de 700 estabelecimentos na Capital e região metropolitana. Portanto, a média é de 700 assaltos por mês. De 2012 para este ano, cita que houve aumento de 30% no número de casos. "A gente não pode colocar segurança armada para não pôr em risco a vida de clientes e funcionários. Precisamos que o policiamento seja mais presente nas ruas, pois a insegurança está generalizada", destaca.
No último dia 29, uma farmácia localizada na Rua Virgílio Távora foi assaltada às 7h40. Um funcionário que pediu para não se identificar conta antes o foco dos assaltantes era o dinheiro da loja e os pertences dos funcionários. Mas, de uns tempos para cá, como o estabelecimento passou a investir na venda de celulares, eles passaram a ser o alvo. Ainda assim, o clima é de tensão, pois não se sabe do que os assaltantes são capazes.
"Nós ligamos para a Polícia, mas eles só chegam depois de muito tempo. A gente sabe que vai ficar por isso mesmo", diz. Sempre que há suspeita de assalto, ligam para o Ronda do Quarteirão, mas quando os policiais chegam não vão atrás de fazer a ronda, ficam só olhando as imagens. Para reforçar a segurança, câmeras foram instaladas e um segurança particular contratado, o que não foi suficiente para inibir a ação dos assaltantes.
As praças de Fortaleza, espaço que deveria ser ocupado pela população, de ponto de encontro, estão ficando esvaziadas pela sensação de insegurança. A situação se agravou com a retirada da Guarda Municipal desses logradouros. No bairro Papicu, quem se arrisca a fazer caminhadas evita levar pertences que sirva de atrativo aos assaltantes.
A agente administrativa Luiza Sílvia de Araújo, 64, frequentemente faz caminhadas na praça, mas confessa que não se sente segura. "Nunca presenciei um roubo, mas dizem que acontecem muitos. Não trago nada, só a roupa do corpo", ressalta. Insatisfeita, cobra providências do poder público. "Se tivessem guardas municipais nas praças daria mais segurança à população. Nunca vi um aqui", critica.
Concurso
Em nota, a Guarda Municipal explica que os guardas foram retirados das praças para ocupar terminais de ônibus, onde eram mais necessários. Acrescenta ainda que em setembro, a Prefeitura irá lançar edital abrindo mil vagas para guardas municipais, que farão a segurança da população em espaços prioritários da Capital, a exemplo das praças.
Site traça mapeamento dos assaltos ocorridos na Capital
Com intuito de traçar um mapeamento das áreas mais perigosas da cidade, assim como os assaltos mais frequentes, foi lançado na internet o site "Onde fui roubado". Até as 17h de ontem, 346 ocorrências haviam sito registradas. Elas são divididas em: furto, assalto coletivo, arrombamento veicular, roubo de veículo, saidinha bancária, assalto à mão armada, sequestro relâmpago, arrombamento em loja ou arrombamento domiciliar.
Liderando o ranking está assalto à mão armada (62%), em seguida furto (17%) e assalto coletivo (8%). Celular (81%) está entre os objetos mais roubados, seguido de carteira (42%) e documentos (36%). Aldeota é o bairro com maior número de denúncias, 105. Em seguida Vicente Pinzón (69), Parquelândia (53), Fátima (46), Mondubim (21), Água Fria (18), Passaré (15), Jangurussu (9), Paupina (5) e Henrique Jorge (5).
Alvo
O principal alvo dos assaltos são homens 65%, enquanto as mulheres representam 35% das vítimas. Dos 346 casos registrados até o momento, em apenas 44% dos casos a pessoa registrou boletim de ocorrência. Na página não há identificação de quem são organizadores.
Através da assessoria de imprensa, a Polícia Militar do Ceará informa que todas as ocorrências registradas na Capital estão sendo devidamente registradas pela população e mapeadas pela estatística criminal onde a Polícia, a partir daí, de forma científica, potencializará as ações de policiamento ostensivo preventivo. "O comando geral da corporação, dentro de sua matriz operacional, tem orientado constantemente os comandantes de frações de tropa para que intensifiquem, ainda mais, as rondas ostensivas", salienta o relações públicas da PM, tenente-coronel Fernando Albano.
Mais informações
Para acessar ou contribuir com o site basta digitar o endereço ondefuiroubado.com.br/fortaleza/CE e fazer a sua denúncia. Não é preciso se identificar
Não existe mais hora nem local. Seja nas ruas, praças, em veículos particulares, no transporte coletivo e até mesmo dentro de casa, a sensação de insegurança do fortalezense é generalizada. Com a droga e o crack, o problema se intensifica. Dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) apontam que, de janeiro a julho deste ano, foram registrados 1.099 homicídios dolosos na Capital.
A técnica de enfermagem Ana Cristina de Sousa, 34, trabalha na Santa Casa de Misericórdia, no Centro, e conta que casos de assaltos são recorrentes. Ocorrem, diariamente, sobretudo entre as 6h e 7h e 18h e 19h30. No fim de semana, relata que a situação fica ainda mais delicada. "Saímos do trabalho aterrorizados e não vemos nenhuma viatura. No domingo é horrível, já escapei até de arrastão na calçada da Empresa Cearense de Turismo (Emcetur). A insegurança é horrível", denuncia.
Quem trabalha no comércio também vive em constante clima de tensão. A cada novo cliente que entra é um sobressalto, pois não se sabe ao certo quem está entrando, cliente ou assaltante. Conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma) cada farmácia é assaltada, em média, uma vez por mês.
Antônio Félix, presidente do Sincofarma, informa que existem cerca de 700 estabelecimentos na Capital e região metropolitana. Portanto, a média é de 700 assaltos por mês. De 2012 para este ano, cita que houve aumento de 30% no número de casos. "A gente não pode colocar segurança armada para não pôr em risco a vida de clientes e funcionários. Precisamos que o policiamento seja mais presente nas ruas, pois a insegurança está generalizada", destaca.
No último dia 29, uma farmácia localizada na Rua Virgílio Távora foi assaltada às 7h40. Um funcionário que pediu para não se identificar conta antes o foco dos assaltantes era o dinheiro da loja e os pertences dos funcionários. Mas, de uns tempos para cá, como o estabelecimento passou a investir na venda de celulares, eles passaram a ser o alvo. Ainda assim, o clima é de tensão, pois não se sabe do que os assaltantes são capazes.
"Nós ligamos para a Polícia, mas eles só chegam depois de muito tempo. A gente sabe que vai ficar por isso mesmo", diz. Sempre que há suspeita de assalto, ligam para o Ronda do Quarteirão, mas quando os policiais chegam não vão atrás de fazer a ronda, ficam só olhando as imagens. Para reforçar a segurança, câmeras foram instaladas e um segurança particular contratado, o que não foi suficiente para inibir a ação dos assaltantes.
As praças de Fortaleza, espaço que deveria ser ocupado pela população, de ponto de encontro, estão ficando esvaziadas pela sensação de insegurança. A situação se agravou com a retirada da Guarda Municipal desses logradouros. No bairro Papicu, quem se arrisca a fazer caminhadas evita levar pertences que sirva de atrativo aos assaltantes.
A agente administrativa Luiza Sílvia de Araújo, 64, frequentemente faz caminhadas na praça, mas confessa que não se sente segura. "Nunca presenciei um roubo, mas dizem que acontecem muitos. Não trago nada, só a roupa do corpo", ressalta. Insatisfeita, cobra providências do poder público. "Se tivessem guardas municipais nas praças daria mais segurança à população. Nunca vi um aqui", critica.
Concurso
Em nota, a Guarda Municipal explica que os guardas foram retirados das praças para ocupar terminais de ônibus, onde eram mais necessários. Acrescenta ainda que em setembro, a Prefeitura irá lançar edital abrindo mil vagas para guardas municipais, que farão a segurança da população em espaços prioritários da Capital, a exemplo das praças.
Site traça mapeamento dos assaltos ocorridos na Capital
Com intuito de traçar um mapeamento das áreas mais perigosas da cidade, assim como os assaltos mais frequentes, foi lançado na internet o site "Onde fui roubado". Até as 17h de ontem, 346 ocorrências haviam sito registradas. Elas são divididas em: furto, assalto coletivo, arrombamento veicular, roubo de veículo, saidinha bancária, assalto à mão armada, sequestro relâmpago, arrombamento em loja ou arrombamento domiciliar.
Liderando o ranking está assalto à mão armada (62%), em seguida furto (17%) e assalto coletivo (8%). Celular (81%) está entre os objetos mais roubados, seguido de carteira (42%) e documentos (36%). Aldeota é o bairro com maior número de denúncias, 105. Em seguida Vicente Pinzón (69), Parquelândia (53), Fátima (46), Mondubim (21), Água Fria (18), Passaré (15), Jangurussu (9), Paupina (5) e Henrique Jorge (5).
Alvo
O principal alvo dos assaltos são homens 65%, enquanto as mulheres representam 35% das vítimas. Dos 346 casos registrados até o momento, em apenas 44% dos casos a pessoa registrou boletim de ocorrência. Na página não há identificação de quem são organizadores.
Através da assessoria de imprensa, a Polícia Militar do Ceará informa que todas as ocorrências registradas na Capital estão sendo devidamente registradas pela população e mapeadas pela estatística criminal onde a Polícia, a partir daí, de forma científica, potencializará as ações de policiamento ostensivo preventivo. "O comando geral da corporação, dentro de sua matriz operacional, tem orientado constantemente os comandantes de frações de tropa para que intensifiquem, ainda mais, as rondas ostensivas", salienta o relações públicas da PM, tenente-coronel Fernando Albano.
Mais informações
Para acessar ou contribuir com o site basta digitar o endereço ondefuiroubado.com.br/fortaleza/CE e fazer a sua denúncia. Não é preciso se identificar
Fonte: Diario do Nordeste
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