Avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior foram bloqueadas, irritando os motoristas
Os manifestantes bloquearam o cruzamento das avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior por volta das 6h30. De braços dados, proibiram que os motoristas seguissem seu rumo. A ação causou revolta nos populares que, em vão, tentavam negociar a passagem com o grupo. "Não vai passar ninguém", gritavam os manifestantes. Houve engarrafamento até cerca de 19h de ontem.
A Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) realizou desvios, a um quarteirão de distância em cada um dos braços do cruzamento interditado.
Na Avenida Antônio Sales, o desvio era pela Rua São Gabriel, logo após o viaduto. Na Engenheiro Santana Júnior, dois desvios. O primeiro, para quem vinha do terminal do Papicu, era pela Rua Henriqueta Galeno. Do outro lado, no sentido Iguatemi, os motoristas tinham de pegar, inicialmente, a Rua Israel Bezerra. Por volta das 13h, os carros passaram a desviar pela Rua Francisco Gonçalves. Ao perceberem a "esperteza" dos motoristas, os manifestantes voltaram a fechar o trecho, gerando um princípio de tumulto.
Alguns motoristas mais exaltados chegaram a descer dos veículos, alegando estarem atrasados. "Acho que a manifestação é válida, mas precisa ser mais organizada", afirmou, de maneira calma e paciente, o condutor Emannuel Davi, que era um dos "atrasados" impedidos de prosseguir pela manifestação. O bloqueio dos manifestantes na Rua Francisco Gonçalves durou cerca de 15 minutos.
Nos horários de pico, 7h, 13h e 18h, o acesso às regiões afluentes das vias bloqueadas ficou caótico. O trânsito parou. O local, que é conhecido pela dificuldade de escoamento dos veículos, ficou intransitável. A dificuldade estendeu-se por outras vias, como as avenidas Raul Barbosa, Virgílio Távora, Desembargador Moreira e Pontes Vieira.
Com o passar do tempo, a fluidez seguiu gradativa e com dificuldades, até o fluxo diminuir, com a passagem do pico de veículos. A irritação dos populares era visível. As avenidas Engenheiro Santana Júnior, no sentido Iguatemi-Papicu, e Antônio Sales, no sentido Centro-Papicu, foram liberadas por volta das 16h.
Quem era contra o movimento foi hostilizado. Uma motorista arriscou-se e baixou o vidro do carro para tentar, inutilmente, argumentar contra os manifestantes. Teve de dar marcha-à-ré na Avenida Antônio Sales, pois não foi liberada pelo grupo a seguir o caminho que queria, pela Engenheiro Santana Júnior.
A imprensa também não foi bem recebida pelo movimento. Bastava algum repórter aproximar-se de algum motorista ou mesmo dos próprios manifestantes para ser ofendido.
Comércio
Um supermercado, que fica na esquina das duas avenidas bloqueadas, fechou as portas antes mesmo das 8h.
"Quando houve um princípio de conflito entre a Guarda Municipal e os manifestantes, muita gente invadiu o supermercado, para se proteger. Com a situação de perigo, tivemos de fechar as portas, deixando até clientes presos lá dentro. Quero saber quem vai se responsabilizar pelos prejuízos", afirmou um funcionário do supermercado, que pediu para não ser identificado.
MPF pede à PF que investigue ação
Logo após o corte das árvores no Parque do Cocó, para o início da construção dos viadutos no cruzamento das avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales, a Policia Federal abriu um inquérito para apurar um possível crime ambiental. Ontem, o procurador da República Oscar Costa Filho se reuniu com o superintendente da Polícia Federal no Ceará, Renato Casarini Muzy, para antecipar que vai pedir para incluir, no mesmo inquérito, questionamentos sobre a ação da Guarda Municipal na retirada dos acampados.
Para o procurador da República, a desocupação do Cocó não poderia ter acontecido. "Seria necessário um mandado de reintegração de posse da Justiça Federal, porque ali é terreno da União", explicou.
Oscar Costa Filho também destacou que a ação não poderia ter acontecido às 4h. "Eles não pediram a União para iniciar a obra. Do mesmo jeito, foram lá e tiraram quem eles quiseram na hora que queriam", enfatizou.
Além disso, ele questionou o uso de gás lacrimogêneo e spray de pimenta por parte da Guarda Municipal, pois a força usada deveria ser proporcional. "Os acampados estavam dormindo ou tocando violão no momento da ação", ressaltou.
No inquérito, o procurador vai pedir para que seja questionado quem ordenou a ação e o seu horário e também os supostos abusos de autoridade por parte dos agentes da Guarda Municipal de Fortaleza que participaram da retirada.
Oscar Costa Filho ressaltou que a licença ambiental que a Prefeitura tem é do primeiro projeto, que acabou sendo alterado pela atual gestão do poder municipal. Dessa forma, seria necessário também uma nova licença.
O superintendente da Polícia Federal no Ceará destacou que o órgão poderá atuar somente se houver uma ordem da Justiça Federal. "Podemos apurar tecnicamente o que aconteceu se houver algum pedido".
Em relação ao inquérito para apurar um possível crime ambiental, Muzy comentou que estão sendo aguardados os estudos feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU). O prazo inicial para a realização das investigações é de 30 dias, mas esse tempo poderá ser prorrogado o quanto for necessário.
Questionamentos
O Ministério Público do Estado do Ceará, através da 2ª Promotoria de Meio Ambiente e Planejamento Urbano, questionou oficialmente o titular da Secretaria Municipal de Segurança Cidadão, Francisco José Veras de Albuquerque, sobre a desocupação dos acampados no Cocó.
O ofício, expedido pelo promotor de Justiça José Francisco de Oliveira Filho, quer saber qual a autoridade que ordenou a retirada dos manifestantes e também qual justificativa para a execução da operação no Parque do Cocó.
Os manifestantes bloquearam o cruzamento das avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior por volta das 6h30. De braços dados, proibiram que os motoristas seguissem seu rumo. A ação causou revolta nos populares que, em vão, tentavam negociar a passagem com o grupo. "Não vai passar ninguém", gritavam os manifestantes. Houve engarrafamento até cerca de 19h de ontem.
A Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) realizou desvios, a um quarteirão de distância em cada um dos braços do cruzamento interditado.
Na Avenida Antônio Sales, o desvio era pela Rua São Gabriel, logo após o viaduto. Na Engenheiro Santana Júnior, dois desvios. O primeiro, para quem vinha do terminal do Papicu, era pela Rua Henriqueta Galeno. Do outro lado, no sentido Iguatemi, os motoristas tinham de pegar, inicialmente, a Rua Israel Bezerra. Por volta das 13h, os carros passaram a desviar pela Rua Francisco Gonçalves. Ao perceberem a "esperteza" dos motoristas, os manifestantes voltaram a fechar o trecho, gerando um princípio de tumulto.
Alguns motoristas mais exaltados chegaram a descer dos veículos, alegando estarem atrasados. "Acho que a manifestação é válida, mas precisa ser mais organizada", afirmou, de maneira calma e paciente, o condutor Emannuel Davi, que era um dos "atrasados" impedidos de prosseguir pela manifestação. O bloqueio dos manifestantes na Rua Francisco Gonçalves durou cerca de 15 minutos.
Nos horários de pico, 7h, 13h e 18h, o acesso às regiões afluentes das vias bloqueadas ficou caótico. O trânsito parou. O local, que é conhecido pela dificuldade de escoamento dos veículos, ficou intransitável. A dificuldade estendeu-se por outras vias, como as avenidas Raul Barbosa, Virgílio Távora, Desembargador Moreira e Pontes Vieira.
Com o passar do tempo, a fluidez seguiu gradativa e com dificuldades, até o fluxo diminuir, com a passagem do pico de veículos. A irritação dos populares era visível. As avenidas Engenheiro Santana Júnior, no sentido Iguatemi-Papicu, e Antônio Sales, no sentido Centro-Papicu, foram liberadas por volta das 16h.
Quem era contra o movimento foi hostilizado. Uma motorista arriscou-se e baixou o vidro do carro para tentar, inutilmente, argumentar contra os manifestantes. Teve de dar marcha-à-ré na Avenida Antônio Sales, pois não foi liberada pelo grupo a seguir o caminho que queria, pela Engenheiro Santana Júnior.
A imprensa também não foi bem recebida pelo movimento. Bastava algum repórter aproximar-se de algum motorista ou mesmo dos próprios manifestantes para ser ofendido.
Comércio
Um supermercado, que fica na esquina das duas avenidas bloqueadas, fechou as portas antes mesmo das 8h.
"Quando houve um princípio de conflito entre a Guarda Municipal e os manifestantes, muita gente invadiu o supermercado, para se proteger. Com a situação de perigo, tivemos de fechar as portas, deixando até clientes presos lá dentro. Quero saber quem vai se responsabilizar pelos prejuízos", afirmou um funcionário do supermercado, que pediu para não ser identificado.
MPF pede à PF que investigue ação
Logo após o corte das árvores no Parque do Cocó, para o início da construção dos viadutos no cruzamento das avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales, a Policia Federal abriu um inquérito para apurar um possível crime ambiental. Ontem, o procurador da República Oscar Costa Filho se reuniu com o superintendente da Polícia Federal no Ceará, Renato Casarini Muzy, para antecipar que vai pedir para incluir, no mesmo inquérito, questionamentos sobre a ação da Guarda Municipal na retirada dos acampados.
Para o procurador da República, a desocupação do Cocó não poderia ter acontecido. "Seria necessário um mandado de reintegração de posse da Justiça Federal, porque ali é terreno da União", explicou.
Oscar Costa Filho também destacou que a ação não poderia ter acontecido às 4h. "Eles não pediram a União para iniciar a obra. Do mesmo jeito, foram lá e tiraram quem eles quiseram na hora que queriam", enfatizou.
Além disso, ele questionou o uso de gás lacrimogêneo e spray de pimenta por parte da Guarda Municipal, pois a força usada deveria ser proporcional. "Os acampados estavam dormindo ou tocando violão no momento da ação", ressaltou.
No inquérito, o procurador vai pedir para que seja questionado quem ordenou a ação e o seu horário e também os supostos abusos de autoridade por parte dos agentes da Guarda Municipal de Fortaleza que participaram da retirada.
Oscar Costa Filho ressaltou que a licença ambiental que a Prefeitura tem é do primeiro projeto, que acabou sendo alterado pela atual gestão do poder municipal. Dessa forma, seria necessário também uma nova licença.
O superintendente da Polícia Federal no Ceará destacou que o órgão poderá atuar somente se houver uma ordem da Justiça Federal. "Podemos apurar tecnicamente o que aconteceu se houver algum pedido".
Em relação ao inquérito para apurar um possível crime ambiental, Muzy comentou que estão sendo aguardados os estudos feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU). O prazo inicial para a realização das investigações é de 30 dias, mas esse tempo poderá ser prorrogado o quanto for necessário.
Questionamentos
O Ministério Público do Estado do Ceará, através da 2ª Promotoria de Meio Ambiente e Planejamento Urbano, questionou oficialmente o titular da Secretaria Municipal de Segurança Cidadão, Francisco José Veras de Albuquerque, sobre a desocupação dos acampados no Cocó.
O ofício, expedido pelo promotor de Justiça José Francisco de Oliveira Filho, quer saber qual a autoridade que ordenou a retirada dos manifestantes e também qual justificativa para a execução da operação no Parque do Cocó.
Fonte: Diario do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário