segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Advogado diz que cobrança de pedágio por eixo é ilegal



A Associação do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil (ATR) não pretende aceitar passivamente a suspensão da liminar que impedia a cobrança de pedágio sobre eixos suspensos dos caminhões vinculados à entidade. Certo de que o recolhimento é ilegal, o advogado Moacyr Francisco Ramos, representante da categoria, disse que recorrerá “até a última instância”.
Especialista em Direito de Trânsito e Transporte, Ramos foi o responsável pelo processo que culminou com a decisão favorável do juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo no início deste mês, apenas três dias depois do início do pagamento do pedágio pelos caminhoneiros. A resolução gerou uma expectativa positiva no segmento, mas não chegou a valer na prática.

“A decisão não foi cumprida. Chegamos a entrar com uma petição denunciando o descumprimento”, destacou. Segundo a Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), a liminar não foi aplicada porque o órgão e a Secretaria Estadual de Transportes apresentaram embargo de declaração à Justiça.
O passo seguinte foi garantir a suspensão da liminar conseguida pelo advogado. A agência justificou que a suspensão da cobrança provocaria grave lesão à ordem pública, por interferir na gestão dos contratos de concessão das rodovias.
“Tenho certeza de que a cobrança é ilegal. A própria decisão do juiz (impedindo o pagamento) é precisa e reconhecia a medida como uma prática abusiva. Temos convicção de que, não havendo uso da malha, não deve ser cobrado pedágio”, afirmou Ramos. “Se entrar pelo campo político, não temos chance, mas, se for pelo Direito, tenho certeza de sucesso”.
A cobrança do pedágio sobre eixo suspenso entrou em vigor no último dia 28, como forma de evitar o reajuste das tarifas de pedágio este ano. Estava previsto um aumento de 6,5% em 1º de julho. O cancelamento se deu após protestos populares que bloquearam vias e rodovias, há cerca de um mês.


Fonte: Jornal a Tribuna

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