A lei
12.619 impede o pagamento de comissão para motoristas. A solução é procurar um
método que remunere o caminhoneiro de maneira justa, sem explorar a empresa.
O Programa de Remuneração Variável (PRV) é um sistema que substitui o
pagamento de remuneração dos motoristas por comissão, por uma política de
pagamentos legais, na qual a empresa estabelece alguns itens de controle de
desempenho e apresenta aos motoristas.
Estes itens de controle devem ser possíveis de serem alcançados, o que não significa que precisem ser fáceis. Além disso, os motoristas precisam estar envolvidos, com eles falando se conseguem ou não cumprir as metas.
O PRV foi desenvolvido com o envolvimento de motoristas, chefe de frota, gerente de RH e gerência administrativa. "O programa foi criado a partir da necessidade da empresa Conexão Marítima, de Itajaí, SC, que desejou ser a pioneira na região a ter um modelo que contemplasse todas as variáveis do seu negócio que vai desde o transporte de contêineres até linhas regulares de transferências de mercadorias entre as regiões Sul, Sudeste e Nordeste", explica Maurus Fiedler, diretor da Estratégias & Ações - Inteligência em Transporte. "Criamos um grupo de trabalho e levamos praticamente dois meses realizando diversas reuniões em que se buscou contemplar todas as variáveis envolvidas nos serviços que podiam ser controladas".
Segundo Fiedler, para esse programa dar certo, é necessário que o chefe da frota e o departamento de RH tenham pleno conhecimento de como funciona para explicarem aos motoristas que serão os grandes beneficiados.
O processo de implantação começa com a explanação do programa aos motoristas onde são apresentados os diversos itens de controles, os formulários que serão utilizados, a sistemática de apuração dos itens, como será operacionalizado e por quem. Cada motorista recebe um manual explicativo em linguagem simples e são concedidos pelo menos 10 dias de prazo para tirarem suas dúvidas e depois disto ainda há um período de 30 dias de testes para que todos se adequem. Mas com um trabalho intenso, é possível implantá-lo em uma semana.
Fiedler explica que com este sistema o motorista passa a ter todos os seus direitos trabalhistas preservados. "Depois passamos do 'achismo' para o realismo, uma vez que começamos a ter controles e registros de consumo de combustível; cuidado, preservação e limpeza do equipamento, cumprimento da jornada de trabalho, check list, etc", afirmou. "Propomos até 13 itens, e um que merece destaque é o check list. Através do uso desta ferramenta, o motorista tem registrado a necessidade de reparo em seu veículo o que é bom tanto para ele que em eventual acidente tem como comprovar que o equipamento precisava de manutenção como para a empresa que passa a conhecer os defeitos e pode consertá-los em manutenções preventivas".
O pulo do gato
Para se chegar ao Programa de Remuneração Variável, além de 20 anos de trabalho na área, o principal ponto foi envolver os diversos setores da empresa e os próprios motoristas que disseram o que era possível e o que era impossível de ser atingido já que eles são responsáveis pelo sucesso do programa. "Aliamos o que eles disseram com o que era importante para a empresa ter economia e poder remunerá-los de maneira adequada. Não inventamos a roda, pegamos itens como uso do uniforme limpo, ausência de multas de trânsito, limpeza interna e passamos a remunerar desde que cumpridos", explicou Fiedler.
Mas nem tudo foi fácil. A maior dificuldade de implantação foi a relutância de alguns motoristas que acham que "esta moda não vai pegar", que a Lei veio para prejudicá-los e que a empresa vizinha continua a pagar do mesmo jeito, por comissão e que era melhor trabalhar assim. Para mudar o quadro, foi feito um intenso trabalho de conscientização de que se ganha no momento do pagamento, mas ao longo prazo não se tem garantia nenhuma da maneira atual.
Segundo Fiedler, além de o motorista poder trabalhar descansado, sem a pressão de ter que cumprir horários desumanos, ter a carteira assinada que lhe garantirá uma aposentadoria em condições melhores, com a adoção desse programa, outro grande benefício é que se não rodarem por motivo de saúde, há a quem recorrer pois agora tem o amparo legal. Se não rodarem por algum motivo alheio à sua vontade ou atuação direta, não ficarão sem receber nada já que farão jus à média do que vinham recebendo. "Mas não se iludam, corpo mole não cabe neste programa", adverte Fiedler. "A empresa pode exigir que se esteja disponível para viajar após as horas de descanso entre uma viagem e outra, mas só após isto. Para receber o valor variável tem que trabalhar, mas trabalhar de maneira correta, seguindo o que determina a lei".
"Tivemos o cuidado de criar um programa transparente, de fácil compreensão por parte dos motoristas e que pode ser comprovado a qualquer momento", comenta o diretor da Estratégias & Ações Inteligência em Transportes. "Os motoristas podem ficar tranquilos que da maneira como desenvolvemos não há nada escondido, nada por baixo dos panos, tudo é feito às claras". E quem quiser conhecer o sistema, basta entrar no site: www.estregiaseacoes.com.br
Fonte: Revista Carreteiro
Estes itens de controle devem ser possíveis de serem alcançados, o que não significa que precisem ser fáceis. Além disso, os motoristas precisam estar envolvidos, com eles falando se conseguem ou não cumprir as metas.
O PRV foi desenvolvido com o envolvimento de motoristas, chefe de frota, gerente de RH e gerência administrativa. "O programa foi criado a partir da necessidade da empresa Conexão Marítima, de Itajaí, SC, que desejou ser a pioneira na região a ter um modelo que contemplasse todas as variáveis do seu negócio que vai desde o transporte de contêineres até linhas regulares de transferências de mercadorias entre as regiões Sul, Sudeste e Nordeste", explica Maurus Fiedler, diretor da Estratégias & Ações - Inteligência em Transporte. "Criamos um grupo de trabalho e levamos praticamente dois meses realizando diversas reuniões em que se buscou contemplar todas as variáveis envolvidas nos serviços que podiam ser controladas".
Segundo Fiedler, para esse programa dar certo, é necessário que o chefe da frota e o departamento de RH tenham pleno conhecimento de como funciona para explicarem aos motoristas que serão os grandes beneficiados.
O processo de implantação começa com a explanação do programa aos motoristas onde são apresentados os diversos itens de controles, os formulários que serão utilizados, a sistemática de apuração dos itens, como será operacionalizado e por quem. Cada motorista recebe um manual explicativo em linguagem simples e são concedidos pelo menos 10 dias de prazo para tirarem suas dúvidas e depois disto ainda há um período de 30 dias de testes para que todos se adequem. Mas com um trabalho intenso, é possível implantá-lo em uma semana.
Fiedler explica que com este sistema o motorista passa a ter todos os seus direitos trabalhistas preservados. "Depois passamos do 'achismo' para o realismo, uma vez que começamos a ter controles e registros de consumo de combustível; cuidado, preservação e limpeza do equipamento, cumprimento da jornada de trabalho, check list, etc", afirmou. "Propomos até 13 itens, e um que merece destaque é o check list. Através do uso desta ferramenta, o motorista tem registrado a necessidade de reparo em seu veículo o que é bom tanto para ele que em eventual acidente tem como comprovar que o equipamento precisava de manutenção como para a empresa que passa a conhecer os defeitos e pode consertá-los em manutenções preventivas".
O pulo do gato
Para se chegar ao Programa de Remuneração Variável, além de 20 anos de trabalho na área, o principal ponto foi envolver os diversos setores da empresa e os próprios motoristas que disseram o que era possível e o que era impossível de ser atingido já que eles são responsáveis pelo sucesso do programa. "Aliamos o que eles disseram com o que era importante para a empresa ter economia e poder remunerá-los de maneira adequada. Não inventamos a roda, pegamos itens como uso do uniforme limpo, ausência de multas de trânsito, limpeza interna e passamos a remunerar desde que cumpridos", explicou Fiedler.
Mas nem tudo foi fácil. A maior dificuldade de implantação foi a relutância de alguns motoristas que acham que "esta moda não vai pegar", que a Lei veio para prejudicá-los e que a empresa vizinha continua a pagar do mesmo jeito, por comissão e que era melhor trabalhar assim. Para mudar o quadro, foi feito um intenso trabalho de conscientização de que se ganha no momento do pagamento, mas ao longo prazo não se tem garantia nenhuma da maneira atual.
Segundo Fiedler, além de o motorista poder trabalhar descansado, sem a pressão de ter que cumprir horários desumanos, ter a carteira assinada que lhe garantirá uma aposentadoria em condições melhores, com a adoção desse programa, outro grande benefício é que se não rodarem por motivo de saúde, há a quem recorrer pois agora tem o amparo legal. Se não rodarem por algum motivo alheio à sua vontade ou atuação direta, não ficarão sem receber nada já que farão jus à média do que vinham recebendo. "Mas não se iludam, corpo mole não cabe neste programa", adverte Fiedler. "A empresa pode exigir que se esteja disponível para viajar após as horas de descanso entre uma viagem e outra, mas só após isto. Para receber o valor variável tem que trabalhar, mas trabalhar de maneira correta, seguindo o que determina a lei".
"Tivemos o cuidado de criar um programa transparente, de fácil compreensão por parte dos motoristas e que pode ser comprovado a qualquer momento", comenta o diretor da Estratégias & Ações Inteligência em Transportes. "Os motoristas podem ficar tranquilos que da maneira como desenvolvemos não há nada escondido, nada por baixo dos panos, tudo é feito às claras". E quem quiser conhecer o sistema, basta entrar no site: www.estregiaseacoes.com.br
Fonte: Revista Carreteiro
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