O transporte de cargas de projeto (cargas indivisíveis, excedentes em
peso e ou dimensões) começa a enfrentar um problema já comum às demais: a
fiscalização do excesso de peso. Por enquanto, apenas o Estado de São Paulo,
por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), fiscaliza o setor. Mas,
o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) está importando
uma balança com o mesmo fim.
O assunto estará em debate no
Seminário do Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de
Cargas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa), dia 6 de junho, no Construction
Congresso, em São Paulo. “Algumas concessionárias de rodovias paulistas como a
Ecopistas também se preparam para fazer esse controle de peso”, afirma o
engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo, que será um dos palestrantes.
Ele conta que não existe no País
um manual ou qualquer literatura técnica para orientar a forma correta de
carregamento da carga indivisível ou excepcional, de forma a evitar o excesso
de peso. “No seminário, vamos debater esse assunto, trocar informações e
começar a definir parâmetros. Precisamos nos antecipar e começar a preparar as
empresas para essa nova realidade”, declara.
O engenheiro lembra que o excesso
de peso é danoso para o pavimento, além de levar insegurança ao trânsito de
veículos. “As concessionárias estão preocupadas com esta questão. Da mesma
forma que o Ministério Público vem ajuizando ações para que o Estado resolva
este problema. Os promotores e procuradores entendem que o excesso de peso, além
de provocar acidentes, dilapida o patrimônio público”, afirma.
A Politran Tecnologia e Sistema
foi a empresa que ganhou a licitação do DER-SP para trazer. da Suécia para o
Brasil. o Sistema de Pesagem Portátil Estático de Pesagem de Caminhões Superdimensionados
– homologado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(Inmetro). Segundo o gerente comercial, Waldemir Garcia Gonzales, um único
equipamento, transportado por uma van, é suficiente para cobrir todo o estado.
A balança é alugada ao DER pela
Politran, que também disponibiliza a equipe que opera o equipamento. Ela está
em funcionamento desde setembro de 2011 e, de acordo com Gonzales, o número de
veículos levando cargas superdimensionadas com excesso de peso diminuiu
bastante desde então. “No começo, todos apresentavam excesso. Ninguém se
preocupava com isso. Agora, quase toda carga está regular”, esclarece.
Sem fiscalização, era comum a
transportadora informar na Autorização Especial de Trânsito (AET) um peso menor
do que o real. Com isso, pagava taxas menores para transportá-la. “Pelo menos
por enquanto, não há multa por excesso de peso. O que ocorre é que o veículo
fica parado até que a AET seja corrigida”, explica Gonzales. Supostas
diferenças de taxas precisam ser recolhidas para liberar o veículo.
O gerente explica que não é em
todo lugar que a balança pode ser instalada. Ela depende de um pavimento com
resistência para suportar o peso. Mas, como a pesagem é agendada com
antecedência e o equipamento é que vai até o caminhão, a empresa não tem
encontrado dificuldades.
Fonte: Revista carga pesada
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