A audiência pública sobre estacionamento para
caminhões, realizada na Câmara Municipal de Santos, dia 14/05, foi marcada por
discussões e reivindicações de caminhoneiros. Após quase três horas de reunião,
ficou acordado que uma comissão, formada por autoridades e membros da
categoria, vai se reunir para definir possíveis locais na Cidade para abrigar
os veículos de carga.
O encontro foi
promovido, na tarde de ontem, pela Comissão de Assuntos Portuários e Marítimos
da Câmara em função dos transtornos causados pela dificuldade de acesso ao
Porto de Santos.
Durante a reunião,
caminhoneiros afirmaram que não podiam contar com os dois estacionamentos
reguladores que estão instalados em Cubatão, já que 50% da capacidade das áreas
é tomada por armazenamento de contêineres. Além disso, a parada dos caminhões
nos locais é cobrada.
Em Santos, a
reclamação era quanto a estrutura oferecida no estacionamento improvisado na
Alemoa. A área da Secretaria do Patrimônio da União foi empresta à Codesp para
abrigar os caminhões, no entanto, não possui banheiros, restaurantes, nem
sequer asfalto adequado para o tráfego dos veículos de carga.
Sobre a fila de
caminhões para acessar o Porto de Santos, os caminhoneiros afirmam que os
próprios terminais não oferecem espaço para o estacionamento dos veículos, o
que por lei é obrigatório. 30% da área das operadoras devem ser reservadas para
receber os caminhões que vão descarregar.
Exaltados, os
caminhoneiros cobravam, principalmente, iniciativa da Codesp, que estava sendo
representada pelo assessor especial da presidência, Fausto Figueira. A
categoria pedia que a estatal cobrasse os terminais portuários e, se
necessário, aplicasse multas para que as operadoras abrigassem os veículos
requisitados por elas para o transporte de carga.
Autônomos
A briga da
categoria se estende aos caminhoneiros autônomos de Santos, que não têm onde
estacionar seus veículos de carga durante a noite ou enquanto estão de folga. O
problema faz com que caminhões se espalhem por bairros residenciais da Cidade,
causando transtornos aos moradores.
Os caminhoneiros
pedem por um pátio para estacionar os veículos.
Propostas
O presidente do
Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Bechara Abdalla Pestana Neves, que
participou da discussão, defende a criação de mais pátios reguladores, áreas
que recebem os caminhões que vão descarregar no Porto de Santos. Na opinião
dele, esses estacionamentos não precisam ser, necessariamente, instalados na
Cidade.
“Com os terminais trabalhando com o controle de carga e agendamento, é possível que esses pátios reguladores agilizem o acesso ao Porto de forma organizada”, afirma.
“Com os terminais trabalhando com o controle de carga e agendamento, é possível que esses pátios reguladores agilizem o acesso ao Porto de forma organizada”, afirma.
Além disso, para
ele Santos precisa ainda de pátios rotativos, instalados pelos terminais e pela
própria Codesp. E, Pestana Neves ressalta ainda a necessidade de adequação do
estacionamento existente na Alemoa.
Muito cobrado pelos
caminhoneiros, o representante da Codesp, Fausto Figueira, disse durante as
discussões que não é de obrigação da estatal a criação de estacionamento para
caminhões. Mas, concordou com as reivindicações da categoria no sentido de que
os terminais devem ser cobrados e autuados com o objetivo de que concedam áreas
para abrigar os veículos de carga.
Representando o
Ministério Público Estadual, o promotor de Meio Ambiente da Região, Daury de
Paula Júnior, apontou como papel da Codesp a identificação de áreas para a
instalação de estacionamentos para caminhões e sugeriu aos representantes da
Câmara Municipal ali presentes a criação de uma legislação que limite esses
locais para uso exclusivo de caminhões.
O presidente da
Comissão, vereador Sandoval Soares, encerrou a audiência propondo um próximo
encontro para a definição de áreas.
Fonte: Diário
do Litoral
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