02/05/2013 – "A CLT ‘não cristalizou' ao longo de seus 70
anos". A afirmação foi feita pela professora e doutora Gabriela Neves
Delgado, ao proferir palestra com o tema "A CLT aos 70 anos: rumo a um
Direito do Trabalho Constitucionalizado", durante a solenidade de
comemoração aos 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), hoje
(02/05), no Tribunal Superior do Trabalho. Na oportunidade, a especialista em
direito trabalhista observou que a CLT criou "o mais eficiente sistema
processual da realidade jurídica e institucional do país", composta de
regras simples e objetivas, que permitem auxiliar os juízes do trabalho na
busca de soluções para os diversos litígios na área do Direito do Trabalho.
A professora ressaltou que a Constituição Federal de 1988 foi sábia ao
permitir que a Justiça do Trabalho fosse instalada em todo o Brasil. REcordou
que esta justiça especializada conta hoje com 24 Tribunais Regionais do
Trabalho, mais de 1.370 Varas do Trabalho e mais de 2.300 Juízes do Trabalho,
exercendo suas atividades no Primeiro Grau de jurisdição. A doutora salientou
que passados 70 anos desde a sua criação em 1943, a CLT ainda "mantém a
sua importância como um diploma definitivo dentro da realidade jurídica,
politica, econômica e social brasileira".
Após um breve histórico sobre a criação da CLT e a extensão de diversos
direitos propiciados pela promulgação da Constituição Federal em 1988, a
especialista constatou que o avanço lançado pela CLT em termos de proteção
social regulada e econômica da classe trabalhadora "é significativo e vem
em um caminho crescente" - se considerarmos que a ela foi elaborada para
trabalhadores urbanos exclusivamente, e hoje protege e regulamenta o trabalho
de 40 milhões de trabalhadores urbanos, rurais, domésticos e avulsos, que
recebem os direitos constitucionais trabalhistas.
A especialista enfatizou ainda que a CLT se mantém em um
"tempo criador", na medida em quem regula a relação capital e
trabalho, e mantém, no centro da sua produção normativa, o direito fundamental
ao trabalho. Ao final, a professora afirmou que, após 70 anos, a CLT "não
cristalizou com a passagem do tempo", pois hoje, amparada pela
Constituição Federal, ela ainda mantém força e compromisso social para regular
o sistema de proteção de milhões de trabalhadores brasileiros. Assim, entende
que a CLT, ao longo de sua existência, obteve uma maturidade legislativa e
"caminha hoje rumo a um direito do trabalho constitucionalizado".
Fonte: TST
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