A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) vai contar com o apoio da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado na promoção das campanhas Câncer de Pênis Zero e Novembro Azul, sobre câncer de próstata. A parceria ficou acertada em audiência pública na quinta-feira (16). A urgência dos alertas para que os homens comecem a dar mais atenção à saúde é necessária, segundo o presidente da SBU, Aguinaldo Nardi.
"Em 2007 houve 16 milhões de consultas ao ginecologista, enquanto 2 milhões de pessoas foram atendidas pelos urologistas, que também atendem mulheres. O homem tem medo de diagnosticar doenças, então não faze acompanhamento regular de sua saúde. Um a cada seis homens terá câncer de próstata e 1 a cada 36 morrerá da doença", explicou Nardi.
O coordenador da área técnica de Saúde do Homem, do Ministério da Saúde, Eduardo Chakora, disse que muitas doenças poderiam ser evitadas se os homens procurassem os centros de saúde com frequência, mas eles resistem em buscar ações preventivas. Uma das principais barreiras para o tratamento vem da ideia de que ser homem é ser forte, e que doença é sinal de fragilidade.
Em sua apresentação aos parlamentares, Nardi revelou que 43% dos homens nunca foi ao urologista e que o câncer de pênis provoca mil amputações por ano no Brasil. "A comissão chama a responsabilidade de, junto com o Ministério da Saúde e a sociedade organizada, trabalhar na conscientização do câncer de pênis. Esses dados são uma vergonha", afirmou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS).
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de casos da doença ultrapassou 60 mil em 2012. A próstata é uma glândula masculina do tamanho de uma castanha e está localizada na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga. Como os outros exames não conseguem chegar até a região, com o toque retal o médico pode identificar aumento, anomalia ou endurecimento da região.
Os principais sintomas do câncer de próstata são dificuldade para urinar, pouca urina, dor ao ejacular, dor nos ossos e sangue na urina ou no sêmen. Como os sintomas não aparecem em muitos homens, a maioria acredita que não tem nada e não vai ao médico, o que leva ao diagnóstico tardio, com o tumor em estágio avançado. O tratamento depende da avaliação da doença, variando de pessoa para pessoa e podendo chegar até a retirada total da glândula.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado proporcionam a cura em 90% dos casos de câncer de próstata. A recomendação do Ministério da Saúde é fazer o exame na faixa de 50 anos a 75 anos, devido ao fato de ser baixo o índice da doença entre homens com menos de 50 anos.
Fonte: Agência Brasil de Notícias
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