quinta-feira, 9 de maio de 2013

Osso duro de roer: segurança na estrada



Nada é inviolável, porém, quanto mais tempo os ladrões precisarem arrombar algo, maior será a possibilidade de a polícia chegar ao local frustrando o assalto.
A cada dia que passa, os ladrões ficam mais ousados e os roubos mais audaciosos. No contra-ataque, as empresas estão apelando para a blindagem de caminhões e baús. "Comercialmente, a blindagem mais procurada é Nível IIIA, que resiste a todos os tipos de armas de mão, até a Magnum 44", explica Sandro Almeida, gerente da BR Blindagem. "A procura por este serviço tem aumentado significativamente nos últimos seis anos. Nossos clientes, na grande maioria, são transportadores de material de grande risco, alto valor agregado, equipamentos eletrônicos, vale-refeição, medicamentos, jóias e até mesmo transporte de dinheiro".
É possível blindar qualquer tipo de caminhão com a opção de blindar apenas a cabine, apenas o baú ou ambos. Blindar o baú é colocar outro baú de aço balístico em seu interior, inclusive com novas portas. "As portas originais não aguentariam o peso do revestimento, por isso colocamos outras", explica Almeida. "E essas portas recebem uma fechadura randômica, que só abre com uma senha fornecida pela central de transporte. Nossos projetos, principalmente as portas, não possuem ponto de alavanca". Segundo Sandro Almeida, 90% dos serviços de blindagem de caminhão se restringem ao baú.
Os bandidos sabem da grande dificuldade de abrir uma fechadura randômica. Por isso, ao se depararem com uma, normalmente liberam o motorista e vão tentar cortar o baú. Nesse momento, eles cortam a lataria do baú e encontram a blindagem em aço balístico.
"Nada é inviolável", diz o gerente da BR Blindagem. "A ideia da blindagem no baú é dificultar, ao máximo, o trabalho de arrombamento, para que o bandido demore o maior tempo possível, pois o veículo está sendo rastreado, tem monitoramento e quase que automaticamente as autoridades policiais são acionadas. Tudo dependerá do tempo que ele terá".
Existem vários tipos de portas de baú. A "mais simples" começa com 19 pontos de travamento distribuídos pelas laterais, parte superior e inferior e frontal. O baú é revestido com chapas de aço balístico e não altera a originalidade do veículo.
Há uma grande diversificação entre os clientes da BR Blindagem, os produtos transportados têm pesos variados. Para um dos clientes desta empresa, que possui uma frota de 20 caminhões com tara de 3.500 kg, foi desenvolvido um projeto no qual o peso agregado foi de 1.100 kg, garantindo uma capacidade de carga líquida de 2.400 kg. Antes da aplicação dos produtos blindados nos caminhões é elaborado um projeto executivo informando o nível de segurança, peso e valor correspondente ao investimento. Após esta aprovação, inicia-se a aplicação dos materiais blindados.
A cabine recebe em todo seu habitáculo uma manta de Kevlar ou Daynniman e vidros blindados, resistentes a diversos impactos de arma de fogo. Dependendo do nível de blindagem adquirido, pode resistir até a armas de guerra de uso restrito como M16/AR15 - AK47 e FAL 7.62X51mm FMK.
A blindagem nível IIIA é a mais procurada e de uso permitido. Níveis superiores são de uso restrito e dependem de autorização especial do Exército Brasileiro. Os projetos devem ser elaborados por empresas especializadas como a BR Blindagem, garantindo assim, além da resistência balística, a segurança e a funcionalidade operacional das cabines escamoteáveis.
A BR Blindagem alerta aos caminhoneiros quanto aos riscos de adquirirem blindagem por empresas não homologadas e não especializadas, uma vez que, um mau projeto poderá colocar em risco a segurança e funcionabilidade do caminhão como, por exemplo, excesso de peso na cabine impossibilitando abri-la. Toda a cabine é blindada. Caso o bandido atire nos faróis, o projétil atravessará o farol, mas será contido na blindagem da cabine. Uma empresa não homologada pode colocar em risco a vida do motorista.
SEGURANÇA RÍGIDA
Existem normas pré-estabelecidas para todas as empresas de blindagem as quais devem ser seguidas. "Avaliamos nossos materiais constantemente em laboratórios privados para acompanhar nossa qualidade em resistência e garantir um produto dentro das normas. Temos constatado que nossos produtos têm excedido as expectativas em resistências balísticas", afirma Almeida.
Antes de iniciar a instalação dos materiais balísticos em uma cabine, é realizado um projeto executivo, onde todos os possíveis pontos vulneráveis são cuidadosamente analisados e eliminados. A cabine do caminhão é totalmente desmontada e revestida 90% com manta de Kevlar ou Daynniman e 10% com aço balístico, de acordo com o nível de segurança contratado.
A garantia é de cinco anos e o proprietário do caminhão não perde a garantia de fábrica. "A BR blindagem dá cinco anos de garantia nas partes que forem alteradas, como carroceria e vidros", explica Sandro Almeida. "A montadora continua com a garantia de eletrônicos, motor e câmbio. Por exemplo, se o caminhão 0 km pós-blindado venha apresentar avarias no motor, esta será resolvida em garantia pelo fabricante, tendo em vista que a blindadora não altera nenhum componente nesta região, mantendo assim suas originalidades, assim como não ultrapassa os limites de peso. Caso o caminhão pós-blindado venha apresentar entrada de água pelos vidros e borrachas, esta é de total responsabilidade da blindadora, e o reparo é executado em garantia, porém não há histórico destes problemas".
A tecnologia de blindagem evoluiu muito. Antigamente, para blindar um veículo de passeio, ele recebia cerca de 400 kg. Hoje, esse peso caiu em média para 190 kg. O aço balístico tem sido usado em pequenas regiões do habitáculo do veículo sendo sua maior parte revestido com manta de Kevlar, agregando assim pouco peso ao veículo.
"A porta que fazemos para os baús é formada por metalon e revestimento de aço balístico. Nossa matéria prima e adquirida através de fornecedores homologados que assim como nós, obedecem todas as normas pré-estabelecidas. Materiais para revestimentos balísticos é produto controlado pelo Ministério da Defesa do Exército Brasileiro, só é vendido a empresas devidamente certificadas como a BR Blindagem e não pode ser comercializado em serralherias ou similares. Sem contar que os custos são bem superiores aos metais não balísticos de livre circulação", explica o gerente da BR Blindagem. Uma vez blindado, é necessário que sejam obedecidas as revisões gratuitas e obrigatórias. A primeira depois de um mês, a segunda com três meses e depois mais três anuais. A manutenção preventiva é essencial para evitar barulhos, vidros lentos ou e qualquer avaria que possa surgir.
Para não forçar as máquinas que levantam os vidros, é instalado um amortecedor especial dentro da porta para auxiliar a elevação do vidro, garantindo um funcionamento perfeito.
E a blindagem avança em outras áreas, como em usinas. A BR Blindagem blindou 20 guindastes e 10 escavadeiras, alguns de uma usina, e acabou com os acidentes (alguns fatais) provocados por impactos de diversas naturezas, como pedras, troncos de árvores, máquinas em geral, etc. que perfuravam a cabine do operador.
O preço da blindagem para o Nível IIIA varia entre R$ 35 a R$ 60 mil para o baú e de R$ 30 a 45 mil para cabines, variável de acordo com o tamanho do baú e da cabine e do nível contratado. O tempo de blindagem pode chegar a 30 dias úteis para cabine que precisa ser totalmente desmontada e 15 dias úteis para o baú.
Fonte: Fetropar


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