Quando a infraestrutura de um país não
ajuda, fica mais difícil criar riqueza e se desenvolver. Um exemplo disso é o
que os agricultores de Mato Grosso têm enfrentado para levar a soja e o milho
até os portos.
A hora é de
colher a supersafra de soja e milho. Em Mato Grosso, são 39 milhões de
toneladas, 3 milhões a mais que no ano passado.
Para os
produtores, junto com a colheita começa também a hora da preocupação. Faltam
armazéns para estocar toda a produção. A capacidade da região é de 28 milhões
de toneladas. Só a soja já ocupa praticamente todos os armazéns, e quando o
milho é colhido, não tem lugar.
“Se a gente
não escoar essa soja, na hora que vier a produção de milho que é de três
milhões de toneladas, com certeza nós não vamos ter o que fazer com essa
produção, e ela pode ficar ao tempo, correndo riscos de perdas quando houver
chuvas”, diz Otávio Celidonio, superintendente do Instituto de Economia
Agropecuária.
Por isso, os
produtores têm pressa, mas esbarram em outro problema. “Falta caminhão. Pede-se
dez para embarcar soja, aparecem dois, três”, destaca o produtor rural Augusto
Rodrigues.
Quase metade
da safra é exportada pelos portos de Santos e Paranaguá, que ficam a mais de
dois mil quilômetros de distância de Mato Grosso. As principais vias de escoamento
são as BRs 163 e 364, que estão em condições ruins. Os buracos se multiplicam
no asfalto. Em alguns trechos os motoristas são obrigados a trafegar na contra
mão. Além dos perigos, os motoristas reclamam dos prejuízos.
Na região
metropolitana de Cuiabá, mais problemas. Para percorrer um trecho de 27
quilômetros, os motoristas chegam a levar duas horas. O resultado é que o frete
fica mais caro. Pelas contas do Sindicato das Transportadoras de Cargas, só com
a manutenção os gastos aumentam entre 25 e 30%.
“Estamos numa
situação difícil, perto do caos por conta disso. Ausência de infraestrutura”,
ressalta Gilvando Alves de Lime, diretor do Sindicato de Transporte de Cargas.
O Governo
Federal diz que prepara uma licitação para duplicar quase 300 quilômetros das
rodovias, e que assim que terminar o período das chuvas, em abril, vai começar
uma obra de manutenção em outros 800 quilômetros.
“Foi dada
prioridade para que se fizesse levantamento de campo. No entanto, engenharia
não se faz em uma semana, isso leva um tempo de manutenção de projeto”, diz
Jorge Fraxe, diretor-geral do Dnit.
Fonte:
Blog do Caminhoneiro
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