Os motoristas profissionais vivem um momento de grandes
mudanças. Será que o setor está preparado para observar e cumprir as novas
regras?
O Dia do Motorista é comemorado em 25 de julho por ser
este o dia do padroeiro da categoria, São Cristóvão. Neste ano, em especial,
não haverá apenas de comemoração pela passagem da data, mas também pelas
mudanças introduzidas pela Lei 12.619/2012.
Garantias como descanso mínimo de 30 minutos a cada 4
horas de trabalho, intervalo mínimo de uma hora para refeição, repouso diário
de 11 horas a cada 24 horas e descanso semanal de 35 horas, são algumas
novidades introduzidas pela nova lei, sendo que as novas regras valem apenas
para profissionais que atuam no transporte de passageiros e de cargas.
A iniciativa visa amenizar as inúmeras dificuldades que
os profissionais da categoria passam. Extensas jornadas a cumprir, baixa
remuneração, estradas perigosas e mal conservadas, roubo de cargas,
irresponsabilidade dos outros motoristas, falta de capacitação.
Aliado a estas mudanças, também vigoram recentemente
novas regras da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o
pagamento de frete aos autônomos, pondo fim à carta-frete, que era o documento
emitido pelas transportadoras aos caminhoneiros autônomos como forma de
pagamento pelo frete, e que era fonte de reclamação da categoria, em virtude
das distorções causadas pela prática do deságio e de vendas casadas para a
troca da carta-frete por dinheiro nos postos credenciados.
Estas mudanças causaram inúmeras reações no setor, e em
especial, provocaram questionamentos sobre o impacto que estas alterações vão
causar no custo do transporte, principalmente em virtude de alegadas
dificuldades operacionais que as novas regras impõem para a sua aplicação.
Porém, há longa data a atividade de transporte no Brasil
carecia de regulamentação. As novas regras podem não ser perfeitas, mas também
não são descartáveis.
No Brasil, a demanda por motoristas profissionais
qualificados é grande, mas o mercado não consegue supri-la, pois há falta de
pelo menos 100 mil profissionais.
Por isto, deve haver o esforço das entidades
representativas, dos contratantes, dos operadores dos serviços, e especialmente
do Governo Federal, no sentido de colocar em prática as novas regras
estabelecidas para a atividade, uma das mais estratégicas e importantes para a
economia do Pais.
As dificuldades operacionais podem ser resolvidas através
de organização e regulamentação, sendo que a fiscalização da correta aplicação
da lei permitirá adequar a norma ao cotidiano do serviço, com total atenção à
peça mais importante desta engrenagem: os motoristas.
Somente através da valorização da profissão, mediante a
capacitação dos profissionais e a aplicação adequada da nova legislação, é que
se poderá eliminar esta carência por profissionais qualificados no setor, assim
como diminuir o impacto destas alterações sobre o custo do transporte.
Fonte: Jornal Agora
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