Lisa
Kelly encara o volante de caminhão por centenas de quilômetros
em caminhos perigosos para fazer entregas, conserta o motor e troca pneus em
temperaturas negativas. Ela, porém, diz que o esforço é pouco quando se vê
pedindo informações no reality Estradas Mortais, exibido todos os domingos, às
23 h, no History Channel.
“Pareço burra na televisão. Estou
sempre pedindo ajuda”, debocha a norte-americana, de 32 anos, de passagem por
São Paulo esta semana. Com um cabelo loiro platinado e um jeans com tachinhas
brilhantes, Lisa não tem muitos acessórios, usa pouca maquiagem e afirma não
querer ficar muito feminina em meio aos outros competidores do programa, todos
homens.
“Não sinto que preciso me
afirmar. Não preciso ser como um homem tampouco exagerar. Estou o confortável da maneira que sou. Não
estou tentando mudar nada, só estou tentando me adaptar ao meio”, contou.
Na última temporada, agora no ar,
a moça encarou as estradas do Alasca, estado onde mora e
passou a maior parte da vida. Mesmo acostumada com o clima e o trajeto, Lisa
garante ser prudente ao volante por lá. “Claro que tenho uma maneira de dirigir
diferente na moto.”
Na atração, os competidores têm
de entregar cargas pesadas em estradas de difícil
acesso em um prazo curto. Entre os itens que a loira transporta estão
suprimentos de saúde para comunidades distantes. “Sempre quis fazer algo
médico, pois meu pai é dentista e minha mãe enfermeira.”
Apesar do sucesso que faz mundo
afora, Lisa revela que demorou para conquistar espaço no ambiente masculino dos
caminhoneiros. “Existe preconceito. As pessoas achavam que eu não seria capaz
de dirigir”, confessa ela, que dirigia ônibus escolares antes de trabalhar com
transporte de cargas.
Entretanto, ela não teve
resistência em casa. “Meu marido sabe que sou louca”, brinca ela, casada com um
mecânico de motos, com quem não tem conseguido se encontrar muito. “Nos últimos
meses, só fiquei em casa por uns dez dias”, reclama a loira, que tem viajado
pelo mundo para promover o reality. “Acho que meu marido assiste ao programa
quando está com saudade de mim”, derrete-se.
Contraditoriamente, Lisa
raramente confere seu desempenho na telinha. “Não vejo TV, não tenho tempo.
Prefiro ver DVDs”, dispara a norte-americana, reconhecida com frequência nas
ruas de Wasilla. “Mas pouca gente fala comigo.”
Pela segunda vez no Brasil, ela
ganhou flores e miniaturas de caminhões do fãs. “As pessoas são muito amigáveis
e generosas aqui”, avalia Lisa, que só aceita ser beijada pelos admiradores
brasileiros. “Aqui é normal. Quando fui à Inglaterra, queriam me beijar, mas eu
não deixei”, entrega. Sem frescura, ela tentou ajudar a trocar o pneu do carro
da equipe que a levou à sede da RedeTV!, onde foi entrevistada por Luciana
Gimenez, esta semana. “Eles disseram: ‘Somos homens. Deixe-nos fazer isso’.
Ok”, conta.
Os problemas pelos quais passou
ao dirigir em lugares como Bolívia, Peru e Índia não a incomodaram. “As
estradas eram ruins. Você passa mal com a comida, mas aprende a cultura local”,
analisa. Ela aceita o desafio de encarar uma aventura na Amazônia. “Só fico
pensando nos mosquitos”, diverte-se. Apenas na sexta temporada do reality, a
loira pediu para não participar. “Quando me chamaram, fiquei pensando: ‘Será
que vou morrer?’.”
Quando não está em função do
Estradas Mortais, Lisa Kelly gosta de ficar em casa, cuidando de seus cavalos.
E faz questão de manter a distância de qualquer veículo. “Quando não estou
trabalhando, não quero saber de dirigir. Meu marido faz isso para mim.”
Fonte: Estado de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário