A Polícia
Rodoviária Federal antecipou o resultado de um levantamento sobre a exploração
sexual de adolescentes e crianças ao longo das rodovias de todo o país. Os
números mostram o maior risco desse tipo de crime em cada região – a maioria
dos pontos é perto das cidades. No Centro-Oeste, são quase 400 e, na Região
Norte, o perigo está a cada 40 quilômetros de estrada.
O dia já estava claro quando os
agentes da Polícia Rodoviária Federal chegaram a uma casa de festa em um
balneário perto de Florianópolis. Encontraram adolescentes consumindo bebida
alcoólica sem qualquer constrangimento.
Um casal foi flagrado em um
motel, na beira da estrada em Belo Horizonte, e levado para a delegacia. O
homem foi preso porque a acompanhante era menor da idade.
Desde 2006, a polícia vem
monitorando rodovias federais para combater a exploração sexual de crianças e
adolescentes. Os pontos mais vulneráveis ficam nas BRs 230, 116 e 101, e as
ocorrências são registradas principalmente em áreas urbanas.
São mais de 1,7 mil locais de
risco de exploração sexual de menores nas rodovias federais de todo o país. Os
crimes normalmente ocorrem em locais como estacionamentos de postos de
gasolinas e também em bares e restaurantes.
Nos últimos sete anos, 3,8 mil
adolescentes e crianças estavam em situação de perigo e foram encaminhados para
conselhos tutelares e órgãos de proteção. Só em 2013, 405 menores foram
resgatados. A maioria na Bahia, no Paraná e em Minas Gerais.
Neste ano, as operações contam
com o apoio do Serviço de Inteligência da Polícia, e 142 pessoas já foram
presas. “O mais frequente é um aliciador para várias crianças. Contudo, a
situação de pais explorando os seus próprios filhos também é recorrente”,
afirma Andrei Gomes, da Comissão de Direitos Humanos da PRF.
A professora Maria Lúcia Leal, da
Universidade de Brasília, diz que além de intensificar a fiscalização nas
rodovias, também é preciso punir com rigor os donos de lojas, bares e
restaurantes que criam ambientes favoráveis ao crime vendendo bebida alcoólica
para menores.
“Nós temos que responsabilizar o
comerciante porque ele também precisa entender que ele é responsável pela
situação de exploração sexual que ocorre no seu estabelecimento”, ressalta.
Fonte: Bom Dia Brasil
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