Para acabar com a fila quilométrica de caminhões rumo ao porto de Santos, é preciso, entre outras medidas, desviar parte da rota para Paranaguá, no Paraná, o maior exportador de produtos agrícolas do País. A opinião é do presidente do Sindasp (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo), Valdir Santos.
Em coletiva concedida na Intermodal South America nesta terça-feira (2), em São Paulo, o dirigente afirmou que foi um erro acreditar que Santos poderia absorver toda a capacidade de exportação de outros portos brasileiros, após a chamada "guerra dos portos". Com a resolução 72 – que cria uma alíquota única de 4% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos nacionais e importados –, três dos maiores portos brasileiros (Vitória, Paranaguá e Itajaí) que antes se beneficiavam da redução de impostos passaram a temer uma fuga da demanda para outros Estados.
O porto de Vitória, no Espírito Santo, sofreu uma redução de 50% do fluxo nas exportações após a mudança na lei fiscal. Parte das mercadorias transporadas passou a se dirigir a São Paulo. Segundo sindicalista, o porto catarinense de Itajaí, que tem 20% da capacidade de operação do porto de Santos, teria estrutura para receber parte dos produtos concentrados no litoral paulista.
Redistribuir a rota de mercadorias para outros portos, contudo, não é suficiente. O litoral de São Paulo precisaria, na opinião do presidente da Sindasp, de duas novas estradas para desafogar o tráfego de mercadorias. "É necessário criar mais um porto na cidade de Peruíbe, no litoral sul, e projetar uma rodovia que ligue a região de Santo Amaro, na capital paulista, à cidade", sugere. Se a rota de caminhões não for desviada de Santos até 2014, pode haver reflexos não apenas nas exportações, mas no turismo local, afirma o dirigente. "O paulistano poderá esquecer o final de semana em Santos ou no Guarujá, pois não haverá meios de chegar até lá".
MP dos Portos
A MP dos Portos (Medida Provisória 595) , que propõe a entrada da iniciativa privada nos portos brasileiros, é apontada como outra solução para resolver o gargalo e dar estrutura de exportação a todas as regiões brasileiras. Antes de ser aprovada, a MP ainda precisa solucionar entraves, como a oposição do Sindicato dos Estivadores, que teme que a mão de obra humana seja substituída por tecnologias modernas com a privatização. "Esta norma precisa ser aprovada ainda em 2013 para evitar um caos ainda maior", afirma Santos.
Fonte: iG São Paulo
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