terça-feira, 23 de abril de 2013

Novo modelo prevê pesagem automática de caminhões nas rodovias federais



Os postos de pesagem de veículos nas rodovias federais precisam passar por um sistema de aperfeiçoamento. Faltam recursos para a construção e reforma dos locais e para a contratação de agentes de trânsito e policiais rodoviários federais, além do tamanho dos estacionamentos, que não é mais adequado ao fluxo e à dimensão da frota. Outro gargalo é a falta de definição na responsabilidade pela guarda dos veículos retidos para transbordo do excesso de carga.
Todas estas observações estão em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado nesta semana. O trabalho avalia a execução de programas do governo, com foco nas operações do sistema de pesagem de veículos. De acordo com o relatório, o objetivo do estudo é evitar a deterioração precoce das rodovias federais, causada pelo tráfego de veículos com excesso de peso.
A CGU avaliou os 35 postos em operação no país. Mais problemas constatados são a ausência de equipamentos e sistemas necessários para executar o serviço, além da falta de infraestrutura adequada, com alta incidência de problemas de sinalização. Outro fator prejudicial é a constatação de que o atual sistema de pesagem não se encontra isento de rotas de fuga – há veículos que executam desvios para evitar a fiscalização.
Pesagem automática
Segundo o relatório, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) propôs uma alteração do atual Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem. A ideia é instalar no Brasil um novo sistema de pesagem, mais moderno e semelhante ao de outros países, com componentes eletrônicos capazes de medir o peso dos caminhões de forma automática, com respeito à velocidade da vida, sem necessidade de parada.
Em nota, o Dnit informou à Agência CNT de Notícias que o novo sistema é desenvolvido desde agosto de 2012, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). De acordo com o órgão, a pesagem em movimento será uma inovação tecnológica para os padrões brasileiros. As vantagens são a diminuição no tempo de parada no processo de fiscalização e diminuição do número de agentes público envolvidos no processo.
O Dnit assegura que já iniciou a preparação dos editais para lançar o novo modelo no mercado, cuja licitação está prevista para o mês de junho deste ano. A expectativa é que o método diminua o número de veículos com excesso de peso nas estradas, o que pode resultar em, menos gastos de manutenção e menor risco de acidentes.
Dados do Plano Nacional de Pesagem apontam que a vida útil de uma rodovia pode diminuir entre cinco e três anos quando ela é exposta a excesso de peso de 10% e 20%, respectivamente. Em 2009, segundo o Dnit, o excesso médio de peso por veículo foi superior a uma tonelada (1.167kg). Em 2010, houve uma redução de 17% e o excesso médio registrado em cada veículo foi de 968 kg.
Para o diretor da área técnica da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), Neuto Gonçalves dos Reis, a mudança é positiva. “É preciso combater o excesso de peso. É ilusório pensar que carregar mais carga significa maior faturamento. O caminhão que roda com sobrecarga tem maior curso operacional, consome mais pneus e combustível, além de colocar em risco a segurança com a possibilidade de acidentes”, explica.
No entanto, Neuto afirma que o novo método mudaria as técnicas de pesagem. “Não é um sistema convencional, será preciso mudar regulamentos técnicos, metodológicos, para que isso venha a ser implantado. É um sistema completamente automatizado, que dispensa a presença local do agente”, adverte.

Fonte: 
Agência CNT de Notícias

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