Presidente da Fecombustíveis defende aplicação da
Lei do Descanso e diz que postos podem se adequar em menos de um ano
Nelson Bortolin
No
Brasil, existe em média um posto de combustível a cada 22 km de rodovias
federais ou estaduais. Na região Sul, esta média cai para 17 km e, na
Centro-Oeste, aumenta para 35 km. Com esta rede, é possível cumprir a Lei do
Descanso (12.619). Quem deu essa garantia foi Paulo Miranda Soares, presidente
da Federação Nacional de Comércio de Combustíveis e Lubrificantes
(Fecombustíveis). Ele foi um dos convidados a falar na audiência pública
realizada dia 10 de abril pela comissão especial da Câmara dos Deputados criada
para mudar a lei.
Sob
o comando da bancada ruralista, a comissão quer reduzir o tempo de descanso do
caminhoneiro de 11 horas para até 6 horas e prorrogar a aplicação da lei em até
3 anos.
O
presidente da Fecombustíveis contou que existem 4,5 mil postos de rodovias no
País onde os caminhoneiros podem descansar. Segundo Soares, nem todos têm
estrutura adequada para receber os motoristas, mas essa é uma situação que
poderia ser resolvida em um ano. “Fizemos uma pesquisa e precisaríamos de um
ano, no máximo, para complementar esta adequação. Se tiver uma linha de
crédito, agilizaria”, defendeu.
O
empresário acredita que oferecer este espaço é uma oportunidade de negócio para
os postos. Ao custo de R$ 25, o caminhoneiro teria um local apropriado para passar
à noite. “É assim no Sakamoto (na Dutra, em Guarulhos). A carreta não precisa
abastecer se quiser pernoitar. O motorista entra, para na cancela, aperta um
botão, sai um tíquete”, conta.
No
estacionamento, de acordo com ele, há guardas e câmaras de segurança.
Este é o modelo que Soares defende para o resto do País, ao custo de R$
25 a noite. “Bastaria 1% a mais no frete para custear essa despesa”, afirmou.
Durante
seu pronunciamento na comissão, ele disse que, além de posto, tem uma
transportadora e que atua nos segmentos de combustível e cegonheiro. “Nós
apoiamos a lei. Teve um caminhão meu que tombou de madrugada porque o motorista
dormiu ao volante”, disse.
O
empresário aproveitou a oportunidade para criticar as empresas de cartão. O fim
da carta-frete teria sido um “tiro no pé” porque os transportadores ficaram
reféns de um “oligopólio”. “Duas empresas detêm 95% deste mercado”, afirmou.
Segundo
ele, assim que a carta-frete foi proibida, as empresas de cartão dobraram a
taxa cobrada pelo serviço. “A maioria dos postos trabalha com 10% de margem de
lucro. Como vou pagar 5% para o cartão?”, questionou.
Clique aqui para
ver o pronunciamento do presidente da Fecombustíveis na comissão da Câmara.
Fonte: Fetropar
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