No Brasil, existe em média um posto de
combustível a cada 22 km de rodovias federais ou estaduais. Na região Sul, esta
média cai para 17 km e, na Centro-Oeste, aumenta para 35 km. Com esta rede, é
possível cumprir a Lei do Descanso (12.619). Quem deu essa garantia foi Paulo
Miranda Soares, presidente da Federação Nacional de Comércio de Combustíveis e
Lubrificantes (Fecombustíveis). Ele foi um dos convidados a falar na audiência
pública realizada dia 10 de abril pela comissão especial da Câmara dos Deputados
criada para mudar a lei.
Sob o comando
da bancada ruralista, a comissão quer reduzir o tempo de descanso do
caminhoneiro de 11 horas para até 6 horas e prorrogar a aplicação da lei em até
3 anos.
O presidente
da Fecombustíveis contou que existem 4,5 mil postos de rodovias no País onde os
caminhoneiros podem descansar. Segundo Soares, nem todos têm estrutura adequada
para receber os motoristas, mas essa é uma situação que poderia ser resolvida
em um ano. “Fizemos uma pesquisa e precisaríamos de um ano, no máximo, para
complementar esta adequação. Se tiver uma linha de crédito, agilizaria”,
defendeu.
O empresário
acredita que oferecer este espaço é uma oportunidade de negócio para os postos.
Ao custo de R$ 25, o caminhoneiro teria um local apropriado para passar à
noite. “É assim no Sakamoto (na Dutra, em Guarulhos). A carreta não precisa
abastecer se quiser pernoitar. O motorista entra, para na cancela, aperta um
botão, sai um tíquete”, conta.
No
estacionamento, de acordo com ele, há guardas e câmaras de segurança. Este é o
modelo que Soares defende para o resto do País, ao custo de R$ 25 a noite.
“Bastaria 1% a mais no frete para custear essa despesa”, afirmou.
Durante seu
pronunciamento na comissão, ele disse que, além de posto, tem uma
transportadora e que atua nos segmentos de combustível e cegonheiro. “Nós
apoiamos a lei. Teve um caminhão meu que tombou de madrugada porque o motorista
dormiu ao volante”, disse.
O empresário
aproveitou a oportunidade para criticar as empresas de cartão. O fim da
carta-frete teria sido um “tiro no pé” porque os transportadores ficaram reféns
de um “oligopólio”. “Duas empresas detêm 95% deste mercado”, afirmou.
Segundo ele,
assim que a carta-frete foi proibida, as empresas de cartão dobraram a taxa
cobrada pelo serviço. “A maioria dos postos trabalha com 10% de margem de
lucro. Como vou pagar 5% para o cartão?”, questionou.
Fonte: Revista Carga Pesada
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