O governo
federal recebeu, ontem, proposta unificada para renovação da frota veicular de
dez entidades que representam elos da cadeia automotiva. Foi a primeira vez que se
chegou a consenso em relação a plano desse tipo, depois de décadas em que são
apresentados diversos projetos, com formatos diferentes.
O documento, entregue a
representantes da Casa Civil e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, tem como foco a
retirada de circulação de caminhões com mais de 30 anos. Isso por meio de
política de incentivo tributário e de financiamento para que os transportadores
autônomos (que são os que têm mais dificuldade de acesso a crédito) possam
adquirir outro veículo, pelo menos, seminovo, com dez anos de uso. Ao mesmo
tempo, haveria a destinação dos caminhões mais velhos para a reciclagem da
sucata.
A avaliação contida na proposta é
de que, entre um antigo e um moderno, dotado de avançadas tecnologias de
controle de poluentes, há uma redução de 87% nas emissões de carbono, 81% de
hidrocarbonetos, 86% de óxido nitroso e 95% de materiais particulados.
Além do menor impacto ambiental,
outro pilar que norteia o programa é a segurança, já que os caminhões com mais de
30 anos representam 7% da frota e estão envolvidos em 25% dos acidentes graves.
Só em 2012, quebras ou acidentes nas estradas geraram custos de R$ 4,9 bilhões
ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e ao SUS (Sistema Único de
Saúde).
A retirada desses veículos de circulação, por sua vez, traria ainda economia de cerca de R$ 5 bilhões em
dez anos, já que os novos – dentro dos padrões de emissões Proconve 7 –
consomem aproximadamente 10% menos diesel.
Os representantes dos segmentos
que participaram do encontro com o governo em Brasília ficaram animados com as
perspectivas de que programa desse tipo saia finalmente do papel. “O governo
concordou que está na hora (de colocar um plano de reciclagem em operação)”,
afirmou o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Flavio Meneghetti. Ele destacou
que esse seria o primeiro passo; numa segunda fase, incluiria também os ônibus;
e, depois, os automóveis.
As expectativas são promissoras,
apontam os dirigentes, e, na avaliação do presidente do Inesfa (Instituto
Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço), Marcos Fonseca, o segmento já
está preparado para fazer a reciclagem dos caminhões. A ideia é fazer a
retirada desses veículos com mais de 30 anos de forma
gradativa, com a substituição de aproximadamente 30 mil unidades por ano, ao
longo de dez anos. As entidades voltam a se reunir com o governo para avançar
nas discussões sobre o tema no dia 10 de dezembro.
Fonte: Diário do Grande ABC
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