terça-feira, 26 de novembro de 2013

Governo recebe proposta para renovação da frota de veículos



O governo federal recebeu, ontem, proposta unificada para renovação da frota veicular de dez entidades que representam elos da cadeia automotiva. Foi a primeira vez que se chegou a consenso em relação a plano desse tipo, depois de décadas em que são apresentados diversos projetos, com formatos diferentes.
O documento, entregue a representantes da Casa Civil e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, tem como foco a retirada de circulação de caminhões com mais de 30 anos. Isso por meio de política de incentivo tributário e de financiamento para que os transportadores autônomos (que são os que têm mais dificuldade de acesso a crédito) possam adquirir outro veículo, pelo menos, seminovo, com dez anos de uso. Ao mesmo tempo, haveria a destinação dos caminhões mais velhos para a reciclagem da sucata.
A avaliação contida na proposta é de que, entre um antigo e um moderno, dotado de avançadas tecnologias de controle de poluentes, há uma redução de 87% nas emissões de carbono, 81% de hidrocarbonetos, 86% de óxido nitroso e 95% de materiais particulados.
Além do menor impacto ambiental, outro pilar que norteia o programa é a segurança, já que os caminhões com mais de 30 anos representam 7% da frota e estão envolvidos em 25% dos acidentes graves. Só em 2012, quebras ou acidentes nas estradas geraram custos de R$ 4,9 bilhões ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e ao SUS (Sistema Único de Saúde).
A retirada desses veículos  de circulação, por sua vez, traria ainda economia de cerca de R$ 5 bilhões em dez anos, já que os novos – dentro dos padrões de emissões Proconve 7 – consomem aproximadamente 10% menos diesel.
Os representantes dos segmentos que participaram do encontro com o governo em Brasília ficaram animados com as perspectivas de que programa desse tipo saia finalmente do papel. “O governo concordou que está na hora (de colocar um plano de reciclagem em operação)”, afirmou o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Flavio Meneghetti. Ele destacou que esse seria o primeiro passo; numa segunda fase, incluiria também os ônibus; e, depois, os automóveis.
As expectativas são promissoras, apontam os dirigentes, e, na avaliação do presidente do Inesfa (Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço), Marcos Fonseca, o segmento já está preparado para fazer a reciclagem dos caminhões. A ideia é fazer a retirada desses veículos com mais de 30 anos de forma gradativa, com a substituição de aproximadamente 30 mil unidades por ano, ao longo de dez anos. As entidades voltam a se reunir com o governo para avançar nas discussões sobre o tema no dia 10 de dezembro.

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