O Porto
de Paranaguá, localizado no litoral do Paraná, é o segundo maior do país.
Trata-se de um eixo natural de escoamento dos Estados do Paraná, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e parte de Goiás. É o principalimportador de fertilizantes do país, o
segundo maior exportador de grãos, além de ser líder nacional na exportação de
frango congelado (via contêiner) e liderança nacional na exportação de óleos
vegetais.
O objetivo do porto, segundo o
superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa),
Luiz Henrique Dividino, é chegar a 75 milhões de toneladas até 2020.
Desde 2011, apostou-se em uma
gestão técnica, para extrair o máximo possível de produtividade por meio de
revisão de processos e investimentos próprios. O resultado pode ser observado
nos recordes de movimentação que se sucedem, juntamente com o fim da fila decaminhões – problema que há décadas
atrapalhava o escoamento das safras – e obras importantes como dragagens,
recuperação de vias e aquisição de equipamentos, afirma o executivo.
Desde agosto de 2011, não são
registradas filas no acesso ao porto. Foram adotadas soluções simples, como os
ajustes no sistema de distribuição de senha e agendamento da descarga, o Carga OnLine. Esses ajustes permitem que cada terminal
só receba, diariamente, a quantidade que tem condições de atender. Além disso,
um sistema de SMS agilizou o alerta ao motorista sobre a liberação para a
descarga e outro sistema vem sendo testado para evitar que um caminhão sem cadastro entre no pátio, o que também gerava
filas e outros transtornos nessa logística.
A Appa está trabalhando ainda no
processo de desapropriação de áreas nos arredores do atual pátio de veículos
para promover a ampliação do mesmo. Com a obra, será possível dobrara a
capacidade estática de recebimentos de caminhões, passando para uma capacidade
de 2.000 veículos. Com recursos próprios, a Appa já licitou Novos Acessos ao
Pátio de Triagem, onde ficam os caminhões à espera de carregar ou descarregar
no porto, pela BR-277 (R$ 2,4 milhões). Para esta obra, a Appa aguarda a
autorização da Antaq para o início da execução. Também relacionada aos acessos
está a Concretagem das Vias de Acesso Urbanas de Paranaguá.
Serão investidos R$ 59 milhões na compra de quatro novos “shiploaders”, que vão
proporcionar um ganho na produtividade de carregamento do Corredor de
Exportação na ordem de 33%. Trata-se da primeira remodelação de grande porte
que o Corredor de Exportação recebe em 40 anos. Os novos “shiploaders” têm
capacidade nominal para embarcar duas mil toneladas de grãos por hora.
Os equipamentos hoje existentes
no Corredor têm capacidade nominal de 1.500 toneladas/hora. Além disso, os
novos carregadores têm lança dez metros maiores do que os atuais, e são mais
adequadas para carregar os navios cada vez maiores que atracam em Paranaguá.
As substituições dos shiploaders
serão feitas de maneira gradativa, obedecendo a um cronograma que evitará a
paralisação das operações. O prazo total para a instalação dos quatro
equipamentos é de 22 meses.
Para mitigar os gargalos de
transporte terrestre, o governo do Paraná anunciou, no fim de setembro,
investimento de R$ 2,4 milhões para o recondicionamento das dez principais vias
de acesso ao porto, obras que devem ser concluídas em 12 meses.
Serão também investidos R$ 115
milhões em dragagem nos portos de Paranaguá e Antonina. Os reparos a serem
realizados referem-se a trincas no piso, medidas preventivas de resselagem das
juntas, limpeza dos dispositivos de drenagem (como bocas de lobo e caixas de
ligação), além de recomposição das transposições de pavimentos e recuperação de
placas com afundamento parcial. A obra será realizada ao longo de um ano e
estima-se que sejam retirados cerca de sete milhões de metros cúbicos de
sedimentos.
Em outubro, foram anunciados mais
R$ 175 milhões de investimentos próprios que compõem uma série de melhorias nos
portos, entre elas a modernização do corredor de exportação que há 20 anos não
passava por uma reforma e repotenciamento. Além disso, “encontram-se em
licitação mais de R$ 50 milhões em obras de recuperação da estrutura atual que
deverão aperfeiçoar ainda mais a operação dos portos”, diz Dividino.
Para 2014, cerca de R$ 100
milhões de recursos próprios do porto e do governo do Paraná serão destinados à
iluminação nas áreas dos portos de Paranaguá e Antonina, atendendo às
exigências da Receita Federal e seguindo os padrões internacionais de operação;
construção de uma base de prontidão que irá abrigar o setor de controle
ambiental que poderá prestar pronto atendimento em casos de emergências
ambientais e ampliação do sistema de monitoramento e controle de acessos,
seguindo os padrões internacionais do Código Internacional para proteção de Navios
e Instalações Portuárias.
Já o Terminal de Contêineres de
Paranaguá (TCP) está tocando um programa de modernização alinhado à nova agenda
de infraestrutura do governo, diz o CEO da empresa, Luiz Antônio Alves. Dois
focos são buscados: maior produtividade e aumento da capacidade.
Estão em curso investimentos de
R$ 365 milhões, sendo R$ 180 milhões em equipamentos e R$ 185 milhões na
expansão física. Acaba de ser construído um terceiro cais de atracação de 315
metros de comprimento, elevando a área total para 880 metros para atracação de
grandes navios. A TCP comprou quatro novos contêineres, por R$ 80 milhões, que
devem entrar em operação em junho de 2014.
Com este programa, navios não
esperam mais do que três horas para atracar, “tempo comparável ao melhor padrão
internacional”, diz Alves. Além disso, 95% dos caminhões são atendidos em menos
de 50 minutos e agora os despachantes podem emitir os boletos “on-line”, o que
agiliza o processo de desembaraço das mercadorias.
A Cosan, que atua nas áreas de
logística e infraestrutura, entre outras, está interessada nas licitações de
Santos e Paranaguá. Segundo Julio Fontana Neto, presidente da Cosan Logística,
a companhia tem “disponibilidade de caixa bastante grande”, alavancada pelo
financiamento do BNDES. Como empresa de logística integrada, interessa-se por
operações ferroviárias, embarque e transbordo para elevar a capacidade
portuária do país.
Fonte: Valor Econômico
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