A Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI 2) do Tribunal Superior do Trabalho reduziu de R$ 226.475,61 para R$ 30 mil a condenação de dano moral em consequência do acidente do trabalho contra o Bradesco S.A. O ministro Caputo Basto, relator do processo na SDI 2, entendeu que a 27ª Vara do Trabalho de Salvador (BA), ao fixar o mesmo valor para as indenizações por danos morais e materiais (R$ 226.475,61), afrontou "os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade".
O
bancário, que ajuizou ação trabalhista contra o Bradesco, sofria de LER,
síndrome do túnel do corpo e tendinite de punhos, o que lhe causou redução
parcial da capacidade de trabalho. A Vara de Salvador calculou os danos
materiais naquele valor tendo como base de cálculo a redução da sua capacidade
de trabalho (50%), o salário, a idade (57 anos) e o tempo médio de vida do
brasileiro (71 anos).
A Vara
fixou o mesmo valor para os danos morais, decorrentes da incapacidade física,
tendo como base os mesmo critérios de apuração utilizados na primeira
indenização, pois as duas seriam consequência "de um só acontecimento,
cujos infortúnios simplesmente derivam em terrenos físico e psíquico do
organismo".
Para o
ministro Caputo Basto, a decisão da Vara do Trabalho afrontou o artigo nº 5º,
X, da Constituição Federal por não atentar
para "os critérios da razoabilidade e da proporcionalidade" ao
estabelecer a mesma indenização para os dois danos, de origens diferentes.
"A
fixação do valor exige prudência dos magistrados, porque se de um lado o bem
lesado não possui dimensão econômica, o que dificulta a fixação do valor
indenizatório, por outro, a obtenção da satisfação ou compensação não pode ser
convertida em fonte de enriquecimento", concluiu ele ao acolher ação
rescisória do Bradesco e fixar a indenização por danos morais em R$ 30 mil.
(Augusto
Fontenele/AR)
Processo: RO - 106300-45.2008.5.05.0000
Fonte: TST
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