As centrais sindicais prometem neste ano reforçar
as manifestações para pressionar o governo a votar o fim do fator
previdenciário. A ação foi confirmada nesta quarta-feira (9) à “Rede Brasil
Atual”, depois de o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, dizer que
a reforma previdenciária não deve ser prioridade do governo em 2013.
Em dezembro, centrais se reuniram para definir
estratégia de luta contra o fator.
De acordo com o ministro, as mudanças na
Previdência – como o fim do fator e a revisão das
regras para pensões por morte – só ocorrerão em um “clima de maior estabilidade
econômica”, quando “a indústria se recuperar”, como publicou o jornal “Valor
Econômico”.
Garibaldi acredita que a agenda do Congresso
Nacional estará atribulada em 2013 com questões como unificação da alíquota do
ICMS estadual, o veto aos royalties do petróleo e a definição das novas regras
de rateio no Fundo Participação dos Estados (FPE).
O presidente da CUT, Vagner Freitas, criticou: “Se
o governo não entende isso como prioridade nós vamos para as ruas, com
mobilizações, para que ele veja que é necessário acabar com o fator”, disse o
sindicalista. “O governo já tinha se comprometido com isso quando se elegeu,
derrubando o Fernando Henrique. Teremos, em 6 de março, uma marcha para
Brasília para entregar nossa pauta de reivindicações e uma das principais será
o fim do fator.”
O secretário de Políticas Sociais da CTB, Carlos
Rogério Nunes, concorda: “Não consigo perceber o motivo de o fim do fator
previdenciário não ser prioridade. O ministro fala de uma questão econômica,
mas neste ano o governo prevê crescimento. No campo político também não há
razão para não votar, pois as próximas eleições serão daqui a dois anos”,
avaliou.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, afirmou que
realizará uma reunião no próximo dia 23 com entidades parceiras para definir a
agenda de 2013, com foco em ações para ajudar a derrubar o fator. “Se não
interessa ao governo, interessa aos trabalhadores. Vamos nos empenhar ao máximo
para conseguir, neste ano, acabar com o fator, que tira um direito do
trabalhador.”
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo
Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), reforçou que se empenhará nas
manifestações. “Nós já sabíamos mais ou menos que o governo estava enrolando
nessa questão. Agora isso fica claro. Mas a gente já preparou uma série de
estratégias de pressão a partir de março, para fazer o Congresso votar essa
questão.”
O Congresso Nacional criou, no ano passado, uma
comissão especial para analisar as propostas de substituição do fator
previdenciário. A expectativa das centrais sindicais era de que a pauta fosse
votada ainda em 2012, porém a Câmara adiou a votação em dezembro, pois sua
tramitação não contou com aval do Executivo.
Fonte: Fetropar
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