Produtores rurais de Mato Grosso gastaram R$ 826
milhões a mais nos 5 primeiros meses deste ano com o escoamento de soja, milho
e algodão, conforme cálculos realizados pelo Instituto Mato-grossense de
Economia Agropecuária (Imea), comparando com o desembolso realizado no ano
passado.
Montante equivale a 85% do valor
despendido pelos agricultores da região Centro-Oeste, estimado em R$ 974
milhões, com base no volume exportado até maio e o custo do frete até os
portos. De acordo com Imea, esse valor seria suficiente para asfaltar 500 km deestradas. Obviamente os custos serão ainda
maiores ao final deste ano, alertam os analistas do instituto, já que um volume
maior será escoado, devido ao incremento na produção de grãos na safra.
Apesar das perdas com as falhas
na infraestrutura logística no Estado, o setor produtivo antevê um cenário mais favorável nesse aspecto
para a safra 2013/2014, como comenta o presidente da Federação da Agricultura e
Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Otoni Prado.
Durante o lançamento da Bienal
dos Negócios da Agricultura nesta
terça-feira (18), na sede da entidade, ele lembrou que a conclusão da BR-163
irá facilitar a retirada de 40% da produção estadual de grãos pelos portos do
Norte e Nordeste, desafogando o tráfego para os portos do Sul e Sudeste.
“A aprovação da MP dos Portos
também facilita esse processo”. Além disso, a extensão da ferrovia Senador
Vicente Vuolo (Ferronorte) até Rondonópolis vai acelerar o escoamento da safra
matogrossense e reduzir os custos. Contudo, para que a competitividade melhore,
o setor produtivo de Mato Grosso ainda depende de uma combinação de
investimentos em diferentes modais de transporte, como por exemplo em
hidrovias, acrescenta Prado.
Outra cobrança do setor é a
aplicação dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab)
pelo poder Executivo nas rodovias estaduais. “Hoje o Fethab está desvirtuado e
esse dinheiro está
tendo outras aplicações”.
Para o vice-presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Barros Pereira
a região Centro-Oeste como um todo precisa ser atendida com políticas públicas
diferenciadas, por ser a principal produtora de alimentos e responsável pelo
superávit na balança comercial brasileira.
“Temos condição de produzir ainda
mais, mas precisamos melhorar a competitividade de nossos produtos”. Ele afirma
que se os preços das principais commodities agrícolas retroagirem neste ano, os
produtores terão dificuldades para investir no próximo ciclo produtivo, por
causa dos elevados custos de produção. “Em Goiás, 30% dos nossos gastos são com
logística”.
O evento está programado para os
dias 8 e 9 de agosto, em Cuiabá. A programação contempla a discussão e análise
de outros temas estratégicos para a agricultura, como a mão de obra, a sucessão
em negócios familiares e a cobrança de royalties sobre a tecnologia empregada nas
lavouras.
Fonte: Cenario MT
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