O relatório da comissão especial que analisa
mudanças na legislação (Lei 12619/12) que rege o transporte profissional de cargas e
passageiros no Brasil pode ser votado na próxima semana, na terça-feira (2/07).
A votação estava prevista para esta terça-feira, mas foi suspensa depois que
alguns deputados pediram mais prazo para analisar a proposta do relator,
deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).
Segundo o deputado Hugo Leal (PSC-TJ), o projeto
privilegia as empresas em detrimento da segurança dos motoristas. Hugo Leal
criticou a ampliação prevista na proposta de duas para quatro horas o tempo
máximo que um motorista pode trabalhar além
da sua carga horária diária, que é de sete horas, e a falta de infraestrutura
de locais de parada para esses profissionais.
"Tudo isso tem que ser debatido no contexto
dessa realidade. O que foi aqui apresentado pelo relator foi umverdadeiro
absurdo, porque ele retomou [a situação anterior], ele quer não só deixar fazer
como já existia - quase era uma escravidão ao volante - como sem nenhum tipo de
regulamentação", disse Leal.
Responsabilidades para o governo
No entanto, Valdir Colatto afirmou que o governo
está tentando impedir as mudanças porque algumas delas transferem
responsabilidades das empresas para o governo.
Entre os pontos polêmicos do projeto está o artigo
que prevê que se o motorista não tiver condições de fazer uma parada no período
previsto, porque a estrada não apresenta condições seguras para parada, ele
deve seguir até o final do trajeto, mesmo que com isso ultrapasse o limite de
horas na direção.
Valdir Colatto defende que a construção e a
manutenção de pontos seguros de parada nas estradas seja realizada pelo governo
ou pelas concessionárias das rodovias. "Nós estamos aproveitando a lei
para resolver uma séria de problemas: que é a questão do horário, a questão das
drogas, a questão das áreas de repouso que o pessoal tem que manter as
estruturas, o que não existe.”
“Então, nós estamos equilibrando esse jogo não se
pode dizer que esse levou vantagem, porque não levou vantagem”, pondera o
parlamentar. “O que os motoristas querem? Querem trabalhar menos horas, mas as
empresas dizem que com essas menos horas que o governo colocou, as empresas
quebram. Então, ou você mantém as empresas em pé ou não mantém nenhum dos
dois."
Greve dos motoristas
Valdir Colato informou que no dia primeiro de julho está prevista uma paralisação dos motoristas para pressionar o governo por melhores condições nas rodovias.
Valdir Colato informou que no dia primeiro de julho está prevista uma paralisação dos motoristas para pressionar o governo por melhores condições nas rodovias.
Fonte: Fetropar
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