O diálogo
e a negociação podem ser fatores essenciais na promoção da eficácia, desempenho
e equidade na administração pública. Assim, para tratar da gestão de conflitos,
promoção do diálogo social e negociação coletiva dos servidores públicos nas
esferas federal, estadual e municipal, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e apoio do
Ministério Público do Trabalho, realiza Seminário nos dias 9 e 10 de maio para
discutir: Democratização do Estado, Participação dos Atores Sociais, Práticas
Antissindicais e Regulamentação da Convenção 151 da OIT.
O primeiro dia de evento, que ocorreu no auditório
do edifício sede do MTE, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, iniciou
suas atividades às 9h, transcorrendo durante todo o dia.
Diretores da Nova Central e da Confederação dos
Servidores Públicos do Brasil (CSPB) participaram de maneira efetiva do
seminário por se tratar de um encontro com abordagens relevantes à categoria.
Para
compor a primeira mesa estive: Stanley Gacek, Diretor Adjunto da OIT no Brasil,
Paulo Roberto Pinto, Secretário Executivo do MTE, Manoel Messias Melo,
Secretário de Relações do Trabalho do MTE, Luís Antônio Camargo, Procurador
Geral do Trabalho e Sérgio Mendonça, Secretário das Relações do Trabalho e
Serviço do Ministério do Planejamento. Os palestrantes enfatizaram o momento
enriquecedor que o seminário proporcionará, sempre visando à proteção dos
trabalhadores brasileiros. “Para a regulamentação da Convenção 151 não podemos
ficar reféns de decisões do judiciário, precisamos avançar em uma construção
conjunta em prol do direito de greve e do direito das práticas sindicais no
serviço público sem prejuízo aos trabalhadores, sempre buscando a discussão
coletiva e o diálogo social. O principal é a garantia dos direitos dos
trabalhadores, podendo haver um projeto que venha revolucionar ou dar maior
proteção a estes trabalhadores e trabalhadoras”, defende Paulo Roberto, MTE.
Para tratar do
tema: Práticas Antissindicais – Contextualização, experiências de
outros países, o palestrante Horacio Guido, especialista em Liberdade
Sindical do Departamento de Normas da OIT, fez um apanhado geral das principais
formas de se mudar a realidade existente quando se trata de práticas
antissindicais no Brasil. “Precisamos avançar com uma sociedade democrática.
Logo, se existe um problema não devemos fugir e sim enfrentá-lo, além de
estabelecer mecanismos eficazes para lutar contra as práticas antissindicais,
tanto para trabalhadores, quanto para empregadores. Para entender aonde
queremos ir, temos que saber o que queremos alcançar e neste caso a
independência com respeito às autoridades públicas é fundamental”, sugere o
expositor.
Uma nova mesa
foi composta pelo representante da bancada dos trabalhadores, Joílson Cardoso,
representante da bancado dos empregadores, Sylvia Lorena, que logo após o seu
pronunciamento se ausentou do seminário. Participando também estava: Renato
Henry, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
(ANAMATRA), que na ocasião afirmou que majoritariamente quem mais exerce
as práticas antissindicais são os empregadores, além do estado legislador. “Não
podemos aceitar esta realidade tão recorrente nos nossos dias e sim trabalhar
para combater. Quanto à terceirização, a gravidade esta na criação de uma massa
de trabalhadores que não poderão exercer as atividades sindicais, sendo um
perigo para o movimento sindical que foi o motor de grandes melhorias na
condição social”, defende Renato.
Joílson, que
também representou o Comando Nacional de Práticas Antissindicais, listou os
aspectos do avanço desta prática e sugeriu que seja criada uma lei que venha
punir severamente este ato. “Temos grandes entraves no que diz respeito ao
diálogo social, como ocorreu na 1ª Conferência do Trabalho Decente, com a
obstrução da bancada dos empregadores que não quiseram concluir as negociações,
principalmente no que diz respeito às práticas antissindicais, que vem
principalmente dessa bancada e do governo”, encerra.
“A
Convenção 151 da OIT – Histórico, contextualização, experiência de outros
países, foi o tema debatido na parte da tarde com os expositores: Mário
Barbosa, Assessor Especial da Assessoria Internacional do MTE, Mário Ackerman,
Membro da Comissão de Peritos da OIT e Mônica Valente, representante da
Internacional de Servidores Públicos do Brasil (ISP). “A negociação coletiva
tem um papel de democratização nas instituições governamentais autoritárias.
Precisamos dar mais visibilidade aos trabalhadores e não abrir mão do acordo e
do exercício do direito de greve no serviço público”, lembra Mônica, ISP
Brasil.
Nesta
sexta-feira (10/5), as atividades irão continuar com o tema: “Regulamentação
da Convenção 151 da OIT e a democratização do Estado- Papel dos Atores Sociais.
Fonte: MTE
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