Preocupado com a idade da frota de
caminhões no Brasil, o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, reafirma a
necessidade de renovação de veículos velhos e obsoletos que comprometem a
infraestrutura rodoviária. Segundo o senador, a idade dos veículos tem uma
relação direta com o desenvolvimento econômico do país. Uma frota antiga traz
problemas relacionados à segurança, à mobilidade, às operações, ao meio
ambiente e à economia.
A CNT, desde
2007, trabalha no desenvolvimento de ações relacionadas ao transporte
sustentável. O RenovAr – Plano Nacional de Renovação de Frota de Caminhões,
lançado em 2009, é mais um desses mecanismos.
O programa tem
como objetivo reduzir a idade média dos veículos que operam no transporte de
cargas no país. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), quase 400 mil caminhões têm idade superior a 20 anos de uso. A idade
média da frota nacional é de 16 anos.
O RenovAr
prevê que, a partir de uma faixa de idade pré-estabelecida, o transportador
entregue seu caminhão antigo aos centros de reciclagem e em troca receba um
bônus para ser usado na compra de um caminhão novo ou de idade inferior ao
antigo.
“A implantação
de um programa de renovação de frota de caminhões no Brasil traz inúmeros
benefícios, não só ambientais, como também econômicos e sociais, uma vez que
retira de circulação veículos que já não têm mais condições de operação”,
afirma o presidente da CNT.
A partir dessa
entrega, os centros de reciclagem trabalham no reaproveitamento dos materiais e
no descarte correto dos demais componentes. Podem ser reciclados, por exemplo,
aço, pneu, bateria, óleo e vidro.
De uma forma
geral, ao governo caberia instituir políticas de acesso ao crédito e de
estimulo às ações dos agentes privados, capitaneando essa iniciativa. Exemplo
disso seria a facilitação para a implantação e a regulamentação dos postos de
reciclagem de veículos. Quanto aos transportadores e a indústria de reciclagem,
o papel seria basicamente o de aproveitar esses incentivos para investir na
substituição de veículos antigos e no desenvolvimento de processos eficientes
de reciclagem.
Atualmente, há
um cenário favorável para a implantação de programas como esse no Brasil devido
à promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com bases em responsabilidade
compartilhada e acordos setoriais e à elaboração, no âmbito da Política
Nacional de Mudança do Clima, do Plano Setorial do Transporte.
Programas
de Renovação de Frota
Com isso, duas
iniciativas bastante semelhantes do RenovAr já estão sendo desenvolvidas pelos
governos dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Lançado na
semana passada, o Programa de Incentivo à Renovação, Modernização e
Sustentabilidade da Frota de Caminhões do Estado do Rio de Janeiro espera
reduzir a idade média da frota de 17,1 para 12 anos até 2017.
Para alcançar
a meta, o governo deve estimular, via incentivos fiscais, a destruição de 39
mil caminhões. Com a entrega do caminhão antigo, o proprietário recebe um
certificado que permite a compra de um veículo novo com isenção de ICMS.
Em São Paulo,
o Programa de Incentivo à Renovação da Frota de Caminhões, implantado pela
Desenvolve SP (Agência de Desenvolvimento do Governo do Estado), permite que os
transportadores financiem integralmente a compra de novos veículos sem cobrança
de juros (para quem pagar as prestações em dia), em até oito anos.
O programa
piloto está sendo oferecido inicialmente aos transportadores que operam na
região portuária de Santos, onde a idade média dos caminhões é superior ao
restante do país. Para ter acesso ao crédito, o transportador deve entregar o
veículo antigo a um centro de reciclagem licenciado pela CETESB (Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Fonte: Agência CNT de Notícias
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