O
presidente da União Nacional dos Caminhoneiros do Brasil (Unicam), José Araújo
China da Silva, chamou a atenção para a redução da base de cálculo do Imposto
de Renda para autônomos de 40% para 10%, antiga reivindicação da Unicam.
Pelos
cálculos dele, um caminhoneiro que fatura perto de R$ 40 mil, brutos, pagou em
2012 cerca de R$ 3.800 por mês de imposto, e esse valor vai cair para perto de
R$ 200 em 2013. “É uma mudança muito grande, que incentiva a categoria a se
formalizar.”
China
cita também a redução dos juros do Procaminhoneiro para 2,5% ao ano. “Tudo se
liga: com a redução do imposto de renda e o fim da carta-frete, o caminhoneiro
tem como comprovar renda e aproveitar os juros baixos”, destaca.
Ele
acredita que a categoria só tem a ganhar com a Lei 12.619, a Lei do Descanso.
Limitando o tempo de direção, vai haver demanda por mais mão de obra, que já é
escassa. “O resultado é a melhoria do frete”, acredita.
China
lamenta que a presidenta Dilma Rousseff tenha vetado o artigo que obrigava as
concessionárias a construírem pontos de parada para os caminhoneiros. Mas diz
que a Unicam conseguiu fazer com que o governo incluísse essa exigência nas
novas concessões.
Para
o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de São Paulo
(Sindicam), Norival de Almeida Silva, as mudanças de 2012 vão mostrar “quem é
quem” no setor de transporte. “O caminhoneiro precisa entender que é melhor
trabalhar na formalidade, com segurança, cumprindo uma carga horária que o
corpo aguenta.”
Segundo o sindicalista, um ponto negativo foi a exigência de Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot) somente para a contratação de autônomos. A categoria reclama que essa exigência provocou o fenômeno da “pejotização”: embarcadores passaram a obrigar autônomos a abrirem firmas para não precisar gerar o Ciot e, assim, deixar de pagar impostos. “Mas essa vantagem está com o tempo contado. A partir de 2013, todas as transportadoras terão de trabalhar com Conhecimento Eletrônico de Frete (CT-e), que terá a mesma função do Ciot no controle fiscal.”
Segundo o sindicalista, um ponto negativo foi a exigência de Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot) somente para a contratação de autônomos. A categoria reclama que essa exigência provocou o fenômeno da “pejotização”: embarcadores passaram a obrigar autônomos a abrirem firmas para não precisar gerar o Ciot e, assim, deixar de pagar impostos. “Mas essa vantagem está com o tempo contado. A partir de 2013, todas as transportadoras terão de trabalhar com Conhecimento Eletrônico de Frete (CT-e), que terá a mesma função do Ciot no controle fiscal.”
Para
Norival, as mudanças vieram para tirar os aventureiros do setor. “Precisamos
andar certinho, de forma a ter como comprovar renda para chegar no banco e
conseguir financiar o caminhão. Se você recebe pelo seu trabalho com um cheque
que só pode ser trocado no meio da rua, no posto, na autopeça, você não
existe”, declara.
Com
o fim do mandato do prefeito Gilberto Kassab, o presidente do Sindicam espera
para 2013 que sejam revistas as restrições ao tráfego de caminhões na Marginal
Tietê. “O novo prefeito (Fernando Haddad) se comprometeu a negociar. Temos
esperança que, se não for revogada a restrição, ela será flexibilizada”,
afirma.
EMPREGADOS - Para o diretor da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT), Luís
Antônio Festino, a Lei do Descanso representa um avanço histórico.
A
lei foi recebida com desconfiança pelos caminhoneiros empregados. Como ela
proíbe comissões com base na carga de trabalho do motorista, de imediato houve
queda de rendimento de muitos – que foi respondida com protestos. Mas logo
foram feitas as correções necessárias.
Festino
alerta, porém, que existem fortes pressões sobre a nova jornada, principalmente
do setor do agronegócio. “Alegam que o frete encareceu muito por causa da lei”,
salienta. Mas a CNTTT vem trabalhando para defendê-la no Congresso.
Festino
critica o governo por não oferecer cursos para motoristas e não obrigar as
empresas a fazerem seguro de vida de seus empregados, como manda a lei. “Creio
que estão promovendo um desgaste em torno da lei para fazer com que ela não
pegue.”
Ele
elogia a atuação do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho,
que vêm realizando juntos as operações da Jornada Legal. “Foram feitos comandos
no Brasil inteiro. Pegaram situações absurdas: um cegonheiro que estava
dirigindo havia 26 horas”, conta.
Segundo
ele, nem toda a Polícia Rodoviária Federal acatou a resolução 417 do Contran,
que suspendeu por seis meses a fiscalização nas rodovias. No dia 13 de
novembro, a CNTTT se reuniu com representantes da Federação Nacional dos
Policiais Rodoviários Federais e, de acordo com Festino, obteve o apoio para a
fiscalização do tempo de direção dos caminhoneiros. “Sabemos que as corporações
de Mato Grosso, Ceará e Paraíba já estão fazendo esse trabalho nas rodovias
federais”, destaca.
Fonte: Fetropar
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