O aumento no número de mortes em uma das estradas mais importantes do
país preocupa. A Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo à região Sul, já
foi chamada de Rodovia da Morte.
Os acidentes
são por vários motivos, mais dois são principais: imprudência dos motoristas, e
insegurança da rodovia, que ainda não está duplicada na Serra do Cafezal. Os 30
quilômetros dessa serra são considerados críticos.
Na
segunda-feira (9), dois caminhões bateram de frente e duas pessoas morreram. A
equipe do Bom Dia Brasil foi até o local e mostra os problemas e os flagrantes
impressionantes em uma das principais estradas do país.
A estrada
está livre, o trecho é duplicado, mas motorista do caminhão não consegue fazer
a curva e tomba. Mais um acidente do mesmo jeito é flagrado por outra câmera de
segurança.
As
imagens foram gravadas na principal ligação entre as regiões mais ricas do
país: a Rodovia Régis Bittencourt. De São Paulo a Curitiba são 402 quilômetros,
viagem que não é das mais longas, mas é das mais perigosas.
“Essa
rodovia aqui é triste. Qualquer coisinha os caras estão batendo, rodovia
perigosa”, diz o caminhoneiro Orenaldo Aquino dos Santos.
Mas por
que quase todo dia acontece um acidente grave nessa estrada? São várias
explicações. A Régis é uma rodovia dominada por caminhões. “De uma fila de 100
veículos, 10 a gente pode verificar que são carros, o restante são caminhões”,
explica o chefe da comunicação social da PRF, Maciel Junior.
É difícil
um acidente em que eles não estejam envolvidos. No ano passado, a Polícia
Rodoviária Federal registrou só no trecho paulista 4.388 acidentes e 121
mortes. De janeiro a novembro desse ano, foram 3.450 ocorrências, mas o número
de mortos já é maior: 122.
Tem vezes
que motoristas e pedestres se arriscam. É o caso de pessoas que atravessam a
rodovia mesmo perto da passarela. Outras vezes, a estrada não ajuda. Perto de
São Paulo, o retorno é pela pista mesmo.
“Dá muito
medo, a gente vê muito acidente”, lembra uma motorista.
A Serra
do Cafezal, em Miracatu, a mais ou menos 140 quilômetros de São Paulo, é o
trecho mais perigoso da rodovia. Ele ainda não foi totalmente duplicado e volta
e meia o trânsito fica bastante complicado quando tem um caminhão quebrado na
pista.
O
motorista disse que estava esperando o guincho havia dois dias. “É perigoso
também de vir alguém, bater atrás, perder freio, porque é uma descida”, conta o
caminhoneiro Marcos Pereira de Lima.
Ainda bem
que a carreta dele quebrou no sentido Curitiba, porque é o único que tem
acostamento. A Serra do Cafezal tem pouco mais de 30 quilômetros de extensão. O
início e o fim estão duplicados, mas ainda falta a maior parte: 19 quilômetros.
O número
de acidentes – só no trecho de serra – vem caindo desde o início das obras, mas
continua alto: de janeiro a novembro desse ano foram 308 e 10 mortes.
A viagem
de Célio terminou no trecho. Ele transportava uma carga de 10 toneladas quando
perdeu o freio na descida. “Acabou o freio do caminhão, joguei na traseira do
outro para parar, senão não parava”, conta.
Ninguém
se machucou. Mas com tantas fatalidades, a Régis Bittencourt ainda carrega o
estigma de Rodovia da Morte. “Na Régis é toda hora, não tem jeito,
principalmente na Serra do Cafezal”, lamenta um caminhoneiro.
“Eu
peguei alergia de fazer São Paulo por causa da serra”, diz outro caminhoneiro.
A
Autopista Régis Bittencourt, que administra a rodovia, afirma que o número de
mortes caiu 30% entre 2010 e 2012 no trecho entre São Paulo e Curitiba. Ainda
assim foram quase 140 mortes só nesse trecho. É muita coisa na principal
ligação terrestre entre as duas regiões mais ricas do país.
Fonte: Bom Dia Brasil
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