Há vários
dias, nenhum veículo conseguetrafegar pela MT-020, entre Paranatinga e Gaúcha
do Norte, a 411 e 595 km de Cuiabá, por conta de atoleiros na rodovia. Uma fila
de veículos, principalmente de carretas e caminhões, se formou nesse trecho.
Parados, os motoristas esperam por socorro, porém, a prefeitura de Paranatinga
alega que têm tentando ajudar os caminhoneiros, mas que não possui máquinas
suficientes para retirá-los.
O prefeito da cidade, Vilson Pires, disse que, recentemente, uma
empresa deu início ao processo de pavimentação da rodovia, porém, mal começou e
já abandonou a obra depois da terraplanagem. O maior problema, segundo ele, é
que a situação piorou, pois o primeiro e único trabalho da empreiteira foi
retirar uma camada superficial de terra com cascalho. Sem esse cascalho e por
causa da chuva intensa, surgiram os atoleiros.
“No sábado (14) fui até lá para
prestar socorro, mas tinha cerca de 60 carretas e caminhões parados na estrada não tem como o município dar assistência a
todos os motoristas”, afirmou o prefeito. “Está totalmente intransitável e a
via está interditada, o que gera prejuízos imensuráveis aos produtores e
pecuaristas da região”, pontuou. Ele disse que o município é um dos maiores
produtores de soja do estado.
O município cultiva soja em 400 mil
hectares e possui frigoríficos para abate de bovinos. “Temos frigoríficos e o
gado está morrendo nas estradas, porque os caminhões não conseguem passar. Se
tornou uma catástrofe”, reclamou Pires. Já Gaúcha do Norte está escoando milho,
o que tem contribuído para o fluxo de veículos nesse período.
Ele criticou o fato de a
obra ter iniciado já no período chuvoso. Com os atoleiros, o acesso aos
municípios de Canarana, Água Boa, além de Paranatinga e Gaúcha do Norte, está
impossibilitado. Nenhum trecho dessa rodovia possui asfalto.
Combustível de graça
No mês passado, o
governador Silval Barbosa anunciou a distribuição de cerca de 5 milhões de
litros de óleo diesel para as prefeituras do interior do estado durante o
período de chuvas. Porém, no caso de Paranatinga, o prefeito alegou que até
agora o município tem custeado toda a despesa sozinho.
Contudo, apesar da
medida, Silval avaliou que, nem por isso, o estado deixaria de ter atoleiros,
como todos os anos. “Um estado em que a fronteira agrícola dobrou em quatro
anos, em que a fronteira agrícola avança conforme surge a logística, é um
estado que muitas vezes a gente não dá conta de socorrer certas demandas”,
pontuou, na época.
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