sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Tráfego de veículos volta a crescer nas estradas


Pela primeira vez em quase dois anos, houve crescimento generalizado de tráfego nas rodovias brasileiras. Se no meio do ano os números chegavam a indicar estagnação, com crescimento de praticamente 0% em relação ao ano anterior, agora as empresas do setor se mostram otimistas e acreditam em uma alta ainda mais forte no fim do ano.


Além de ser o principal gerador de caixa para os grupos especializados em infraestrutura de transportes, o tráfego também é usado como um termômetro da economia brasileira e em cálculos de projeções sobre o Produto Interno Bruto (PIB).

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o fluxo de veículos vinha mostrando desaceleração desde o início do ano passado - acompanhando o ritmo da 

economia. No primeiro trimestre de 2011, por exemplo, o aumento chegava a 21,1% contra um ano antes (nas rodovias da EcoRodovias). Os números foram caindo e o crescimento chegou, no três meses terminados em junho de 2012, a 5,1% (nas estradas da Triunfo). A EcoRodovias apresentou uma alta de apenas 0,02%.

Os executivos das companhias explicaram ao mercado que o segundo trimestre do ano tinha sido o pior de 2012 e que, dali pra frente, o tráfego começaria a crescer novamente. A julgar pelos resultados divulgados até ontem, que se referem sobre os três meses terminados em setembro, a previsão está se confirmando.

O crescimento de tráfego da EcoRodovias passou de 0,02% no segundo trimestre para 4,7% no terceiro (ambos na comparação anual). Na CCR, o número foi de 0,4% para 3%. Na OHL Brasil, de 2,1% para 4,2%. E na Triunfo, de 5,1% para 7%.

Para prever resultados futuros de tráfego, cada companhia trabalha com um número multiplicado pela expectativa de crescimento do PIB. Em geral, é de 1,3 vez ou 1,5 vez. Na OHL Brasil, que administra 3,2 mil quilômetros de rodovias, esse número deve ficar superior à média histórica.


 

Segundo Alessandro Levy, diretor financeiro da companhia, no quarto trimestre o número deve ser de "algumas vezes o PIB". A CCR, que opera 2,4 mil quilômetros, acredita que os números computados até agora sustentam a previsão de 1,5 vez o PIB, segundo o gerente da área de relações com o investidor da companhia, Marcus Vinícius.

Apesar do discurso das empresas, há números que ainda limitam o otimismo sobre a recuperação do movimento nas estradas. Já que os números geralmente seguem a tendência do PIB, ainda há incertezas sobre a força do crescimento do fluxo.


Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria, acredita que o fluxo de veículos pesados deve sofrer uma ressaca em novembro depois de outubro bom. A Tendências elabora, com a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovia (ABCR), um índice que mede o fluxo de veículos em estradas com pedágio.

No último mês, o índice mostrou crescimento de 5,6% na comparação anual. O fluxo de veículos leves (como automóveis) cresceu 5,2%, influenciado por condições de 
emprego e renda ainda positivas, diz Bacciotti. O de pesados (como caminhões) mostrou alta ainda mais robusta, de 6,4%, influenciado pelo impacto da produção dos bens de consumo duráveis (como carros e eletrodomésticos).


Fonte:
Valor Econômico 

 

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