O excesso de peso nos
caminhões que trafegam no Paraná é um fardo pesado demais para as rodovias. A
conclusão é de um relatório elaborado pelo Departamento de Estradas de Rodagem
(DER). Veículos com carga acima do permitido, além de favorecerem a ocorrência
de acidentes, são em grande parte responsáveis por danos no pavimento das
estradas. A prática causa ainda aumento do consumo de diesel e desgaste mais
rápido nos veículos, especialmente pneus e suspensão.
A
pesquisa foi feita por iniciativa da Superintendência Regional Campos Gerais,
com sede em Ponta Grossa, em postos de balança localizados em várias regiões do
Estado, segundo informa Vanderlei Carlos Zanella, do setor de concessões do
DER. O levantamento, com base em estudos do engenheiro Rubem Penteado de Melo,
indica que transportar cargas além do peso permitido, com a intenção de
melhorar o desempenho, também reduz a oferta de fretes, prejudicando a
categoria como um todo.
Conforme
a Coordenadoria de Engenharia de Tráfego e Segurança Rodoviária do DER, de
janeiro a junho de 2012, do total de 14.233 pesagens efetuadas em veículos de
carga, 9% acusaram excesso de peso, ou seja, 1.221 caminhões trafegavam acima
do volume de carga permitido. A estatística é dos postos de pesagens de cinco
regiões do Estado (CETs, Campos Gerais, Norte, Noroeste e Oeste). O DER emitiu
multas de R$ 1.027.820,99 por excesso de peso, no período.
Para
os técnicos, as estatísticas que afirmam que 90% dos acidentes são causados
pelos motoristas são uma simplificação, pois entre as causas “não
identificadas” está o excesso de carga nos caminhões. Segundo o estudo, 45% dos
caminhões reprovam nos testes de freio.
Eixos a mais
Uma
das irregularidades constatadas é o aumento irregular dos eixos dos caminhões
de sete (bitrens) para nove eixos (bitrenzão), com 19,8 metros, fora dos
padrões, com excesso de comprimento e principalmente de peso. A transformação é
feita, em geral, sem que haja qualquer estudo a respeito da capacidade de
frenagem e de peso, o que resulta em graves acidentes e aumento na manutenção
das rodovias.
Os
custos de restauração do asfalto, além dos problemas com segurança, segundo
Zanella, são repassados a toda a sociedade e encarecem os produtos e serviços,
inclusive a conservação das rodovias do Anel de Integração. Apenas em situações
especiais o Código Brasileiro de Trânsito (CTB) autoriza transporte de cargas
com peso e dimensões excedentes, a critério do Conselho Nacional do Trânsito
(Contran).
Entre
os impactos que o excesso de peso traz para a atividade está a redução da
frenagem e o superaquecimento. A eficiência do sistema de freios é dada pela
relação entre o peso do conjunto e a sua capacidade de frenagem. Se o veículo
leva peso acima do normal, os riscos aumentam com a queda na capacidade de
desaceleração.
Tombamentos
O
excesso de peso também prejudica a estabilidade do veículo, aumentando o risco
de tombamento, além de comprometer a dirigibilidade. Para uma mesma manobra, um
caminhão com excesso de peso pode tombar em uma velocidade em que um caminhão
com carga normal não tombaria. Veículos irregulares, com cargas perigosas,
também levam grande risco para todos os usuários.
Os
veículos com cargas acima do peso especificado causam danos ao pavimento e às
pontes e deixam trilhas de rodas ou afundamento da pista, que interferem na
dirigibilidade de veículos menores (automóveis e motocicletas) e dos caminhões,
favorecendo acidentes. Esses “rastros” no asfalto propiciam o acúmulo de água e
perda de controle dos condutores, além da quebra da suspensão, entre outros incidentes.
Sem
levar em conta os danos a terceiros e ao patrimônio público, a carga em excesso
prejudica os próprios caminhões modificados, causando danos na suspensão,
comprometendo feixes de molas, originado quebras em ponteiras de eixo, assim
como trincas ou empenamentos em chassi.
Fonte: Agência Estadual de Notícias do Paraná
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