terça-feira, 27 de novembro de 2012

SAÚDE NA ESTRADA RAIO X DA SAÚDE DO CAMINHONEIRO

Conforme a reportagem publicada na página 58 da edição 72 da revista Transporte Mundial, o diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Jr, elucida mais dados colhidos pelo programa “Estrada para a Saúde”, que é realizado todas as quintas-feiras pela concessionária CCR RodoNorte, e que atende aos caminhoneiros que trafegam pelas rodovias que ligam Ponta Grossa a Curitiba, no Paraná.

O médico alerta para os riscos de saúde a que são expostos os profissionais da estrada e as principais causas e consequências dos males revelados pela pesquisa, apontando soluções que podem ser tomadas dentro e fora da boleia.

O dado de maior preocupação é o das longas horas de trabalho, em jornadas estafantes de mais de dez horas, revelado por 94% dos pesquisados.

Situações de risco
Postura incorreta


Causas
A própria condição ergonômica do trabalho (relação homem X máquina)
Banco inapropriado
Pedais não condizentes com a poltrona
Painel e volante não compatíveis com a postura da poltrona
Veículo de roda dura, com direção mecânica (exige muito esforço nas manobras)


Consequências
Dores musculares
Dores e lesão na coluna (Lombalgia e Lombocialtagia)
LER — lesão por esforço repetitivo


Conselho médico
Poltrona em posição ideal
Movimento dos membros inferiores e superiores sem esforço
Sentado, diante dos pedais, do volante e de todo o painel, em condições de conforto “muitas vezes ele tem que se erguer sobre o volante para poder fazer o movimento. isso sobrecarrega, é um esforço muito grande para a coluna lombar principalmente.”

Situações de risco
Maus hábitos alimentares X vida sedentária


Causas
Comidas muito calóricas
Ingestão de muita comida
Excesso de gordura, fritura e carboidrato
Trabalhar sentado
Não praticar exercício físico


Consequências

Gasto de menor quantidade calórica do que a sua ingestão
Obesidade e sobrepeso e gordura localizada
Sobrecarga da coluna vertebral
Maior incidência de doenças relacionadas ao colesterol, triglicéride, glicose e pressão arterial


Conselho médico
Controlar a ingestão de comidas calóricas
Praticar exercício físico
Conhecer histórico familiar de hipertensão e diabetes. Principalmente após os trinta e cinco anos. Quase sempre a obesidade é localizada: há deposição maior de lipídios em paredes abdominais e flancos, o que atrapalha a postura da direção veicular, além de levar a doenças como hipertensão, problemas renais, doenças arteriais e insuficiência coronariana”.

Situações de risco
Excesso de horas ao volante


Consequências
Lapsos de atenção nas quatro primeiras horas de trabalho
Déficit de atenção com oito horas de trabalho
Alto risco de acidente após oito horas de trabalho
Fadiga (enfraquecimento, redução gradual da resistência)
Torpor (ausência de reação)
Dormir ao volante


Conselho médico
O departamento de medicina ocupacional da ABRAMED recomenda que o motorista não trabalhe mais que seis horas por dia “situações como o ruído constante do motor, a vibração do veículo, o movimento contínuo e o campo visual hipinótico, após muitas horas, assemelham-se ao embalo de uma mãe, que canta e sacoleja para adormecer seu filho”.

Situações de risco
A estrada


Causas
Exposição contínua a ruído estrondoso (acima de 85 decibéis)
Exposição a poeiras
Exposição excessiva a vapores do ambiente e do transporte


Consequências
Alto risco de acidente
Perda auditiva
Zumbido constante no ouvido
Surdez ocupacional
Alergias e intoxicações e outras doenças por exposição a substâncias químicas
Risco ergonômico


Legislação
A legislação fala em 8h no máximo de trabalho a 85 decibéis de ruído
O controle médico mínimo é anual, em alguns casos, como transporte de produtos perigosos, semestral.


Conselho médico
A cada duas horas de trabalho, interromper essa atividade por dez ou quinze minutos para fazer uma caminhada ao redor do veículo (para alongar músculos, articulações, tendões, fazendo com isso a profilaxia da fadiga, do sono e das lesões por esforço repetitivo)
Realizar exames semestrais para controle de substâncias tóxicas que são transportadas ao sangue e urina
Procurar o médico ao indício de perda auditiva para que se tome condutas de prevenção à surdez
Realizar exames preventivos de audição
Fazer controle médico periódico, anualmente

Fernando Fischer / Fabiana Cesquim

Fonte: revistatransportemundial


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