terça-feira, 20 de novembro de 2012

Fortaleza ganha 20 mil carros até o fim de dezembro

 
Em janeiro, antes da redução do IPI, a frota era de 783,9 mil; em outubro, o número chegou a 831,6 mil

Com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros, Fortaleza deve receber pouco mais de 20 mil novos veículos até o fim de dezembro próximo. A projeção se baseia em dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE). Segundo o órgão, a frota evoluiu de 783,9 mil veículos em janeiro para 831,6 mil em outubro. Um acréscimo de 47,7 mil novos em dez meses, uma média de 4,7 mil por mês. Isso significa que existe um carro para cada três pessoas na cidade.


No entanto, a partir do IPI reduzido, em maio passado, o percentual de evolução pulou de 2,20% por mês para 3,79% mensais. Entre setembro e outubro, por exemplo, houve um aumento de 10,4 mil carros zero quilômetro em circulação na cidade. Se a projeção se confirmar, Fortaleza chegará a 2013 com uma frota de 850, 6 mil veículos.

Apesar disso, em comparação com o igual período do ano passado, apontam os dados do órgão estadual de trânsito, houve uma retração de -3,99% no total de veículos implantados (registrados) em Fortaleza. "Isso indica que o IPI reduzido impediu uma quebra no setor no Brasil e não um ´boom´, como muitos acreditam. O que observamos é que o aumento nas vendas de novos veículos apenas está trocando o carro antigo pelo zero", avalia o assessor do Detran-CE, Paulo Ernesto Serpa.

A variação no número de emplacamentos entre setembro de 2011 e igual período deste ano registrou queda de -776%. Observando os meses de maio dos dois anos, a diferença foi maior ainda: em 2011, foram implantados 7,9 mil zero quilômetro. Neste ano, o número caiu para 6,2 mil. Um decréscimo de 21,19%. Agosto foi considerado o melhor mês para o setor, com o emplacamento de mais 9,5 mil veículos.

Então, Fortaleza está saturada. São mais de 200 mil veículos, por dia, trafegando pelas mesmas ruas e avenidas. E, segundo especialistas, é claro que o trânsito vai piorar. "É uma questão física: não há espaço para tantos carros. Até aí todo mundo concorda", afirma a engenheira de Transportes, Yara Sales.

Alternativas

O problema, apontado por ela, é quando se começa a discutir a solução. "Todo mundo diz que não se pode mais vender carros, mas absolutamente ninguém mostra a menor disponibilidade de se desfazer ou diminuir o uso do seu", acrescenta.

"O trânsito não é percebido como um fenômeno coletivo pelas pessoas. Há um individualismo exacerbado por parte dos motoristas somado à falta de políticas públicas para o trânsito. Assim, vai ficar cada dia mais complicado se locomover pela cidade seja de carro, ônibus, bicicleta ou a pé", avalia Yara.

"Não dá para viver sem carro na cidade, é impossível", afirma o comerciante José Augusto Pereira Júnior. "Todo motorista que tem carro maior quer passar por cima dos menores", declarou o taxista Rodrigo Oliveira.

Circulação

47,7 mil é média de veículos, em dez meses, que entra na Capital, conforme o Detran. O acréscimo representa 4,7 mil carros por mês nas ruas da cidade

Fonte: Diario do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário