segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ACIDENTES DA BR-222 MORADORES DENUNCIAM INSEGURANÇA


Somente neste ano, segundo a PRF, já foram registrados 199 acidentes entre o Km dois e quatro da BR-222

Centenas de histórias tristes, mortes, acidentes e atropelamentos, que marcam para sempre as vidas dos moradores do bairro Parque das Nações, nas imediações do quilômetro quatro da BR- 222, em Caucaia. Na tarde de ontem, movidos pelo sentimento de dor e revolta a população se uniu e, com a ajuda da Polícia Rodoviária Federal do Ceará (PRF), foi para o meio da rodovia pedir a instalação de um semáforo no local.


Amedrontados, os moradores da área fizeram um protesto no trecho mais crítico da BR, com o apoio da PRF, pedindo providências ao Dnit para a garantia de uma travessia mais segura Foto: Viviane Pinheiro

A situação foi gerada pela falta de sinalização, passarela, semáforo, iluminação e estrutura na via, cenário que colaborou, segundo a comunidade, para 38 atropelamento, com 27 mortes somente este ano. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) reconhece o risco do trecho e a falta de estrutura e afirma que, de janeiro a novembro, do quilômetro dois até o quatro da BR-222 foram registrados 199 acidentes.

Tragédia

No último dia 11 de novembro, a ausência de um semáforo resultou na morte da adolescente Ana Raíssa Camelo Amâncio, 12 anos. Ela atravessava a via juntamente com a avó e foi atropelada por uma motocicleta. A menina ainda foi levada para o hospital, mas acabou falecendo quatro dias depois; Contudo, ela não foi a única vítima da família, o pai de Raíssa, o comerciante Rocha Domingos Amâncio faleceu da mesma forma e no mesmo trecho, há sete anos.

A dona de casa Emília Rodrigues, que mora há 32 anos nas imediações do quilômetro quatro, diz que está cansada de presenciar acidentes em frente à sua casa e que não entende porque nada é feito. "Quantas pessoas vão precisar morrer para que os nossos governantes tomem alguma providência? Vivemos com medo, não temos alternativa a não ser atravessar essa via perigosa para poder ir 
trabalhar ou deixar os nossos filhos na escola", desabafa.

E não faltam fatos para comprovar a necessidade de uma ação urgente no local. O filho da comerciante Luzanira Saraiva, tentava atravessar no trecho para ir ao colégio e também foi atropelado por um carro, ela conta que por pouco ele não morreu, mas passou três meses internado em estado grave no hospital. "Aqui no bairro não há escolas públicas de qualidade, por isso temos duas opções: ou pagamos transporte escolar para eles, ou deixamos eles correrem risco atravessando a pista para pegar um ônibus", diz.

O assessor de imprensa da PRF, inspetor Marcos Moura, afirma que a falta de estrutura, aliada ao aumento do número de carros e a urbanização, transformou o trecho entre o quilômetro dois e quatro num dos mais perigosos do Estado.

Diante disso, segundo Moura, a PRF já enviou alguns ofícios para Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dmit) pedindo providências, mas nunca obteve retorno. A reportagem enviou um e-mail para a Assessoria de Imprensa do Denit e também não recebeu nenhuma resposta.


Fonte: Diario do Nordeste 

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