Já habituados a lidar com pequenos atrasos na entrega de combustíveis, os proprietários de postos de Fortaleza tiveram dificuldade para receber diesel nos últimos 15 dias, especialmente no começo desta semana. De acordo com o relato de frentistas e gerentes, alguns estabelecimentos da Capital passaram um dia inteiro sem o combustível, o que resultou em prejuízos para empresários e clientes.
Na BR-116, onde é mais frequente o abastecimento de caminhões, pelo menos três postos sofreram com o atraso na entrega neste mês. Em um deles, afirma o gerente do estabelecimento, que preferiu não ser identificado, foi preciso adquirir o combustível no Porto de Suape, em Pernambuco. "Às vezes, o cliente acha que a culpa é do posto, mas não é. É porque não tem (diesel) mesmo", frisou.
Mesmo não detalhando de quanto seria o prejuízo de um dia sem diesel, o gerente destacou que, devido ao grande número de clientes, 24 horas de atraso causam perdas expressivas. "Se você imaginar que, por dia, um posto vende dez mil litros de óleo, você vê que não é pouca coisa (o prejuízo)", ilustra.
Caminhoneiros
Assim como para os proprietários de postos, a dificuldade no abastecimento também afeta quem trabalha com entregas ou com o aluguel de caminhões e máquinas pesadas.
"Para quem trabalha com carga que tem prazo rápido de entrega, fica complicado se faltar combustível", ressalta o caminhoneiro Thiago Sousa, que disse ter notado a falta de diesel em alguns postos neste mês. Embora afirme não ter sido prejudicado, ele destaca que, em muitasempresas, os profissionais já viajam sabendo em que posto e em que horário devem parar para abastecer o veículo.
"Se não tiver (diesel) no posto onde você vai, você tem que ir em outro e pode se atrasar. E, às vezes, você nem tem óleo suficiente pra chegar lá. Como a gente tem muito amigo na estrada, às vezes pede pra eles ajudarem e arranjarem um pouco de óleo, que depois a gente repõe".
Conforme o assessor de economia do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, o crescimento da demanda por diesel e o uso do combustível nas termelétricas do Estado tem "estrangulado" a distribuição, que parte sobretudo do Porto do Mucuripe. O assessor ressaltou, contudo, que os atrasos têm acontecido de forma pontual.
Fonte:Diário do Nordeste/CE
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