A
Companhia Docas do Estado de São Paulo e a Secretaria estadual de
Transportes anunciaram plano para evitar que repitam neste ano as filas de caminhões em direção a Santos (SP) que marcaram a
safra da soja em 2013.
O ponto central do plano é a fiscalização do
agendamento obrigatório da chegada dos veículos aos terminais. Porém, hoje não há
estacionamentos suficientes para abrigar os caminhões, em um ano em que a safra
de soja deve ser recorde. O transporte do grão começa a ficar forte a partir do
mês que vem.
Hoje, os
terminais já precisam determinar as datas de chegada e saída dos veículos, mas
não existe um controle efetivo. A proposta para este ano é identificar, por
meios eletrônicos, as placas dos caminhões e, assim, confirmar se os
agendamentos estão sendo cumpridos.
A
concessionária da rodovia fará o acompanhamento do tráfego e avisará a Codesp
em caso de descumprimento.
Mas a responsabilidade por “segurar” o caminhão será do terminal, que deverá orientar o
motorista a voltar ao pátio e esperar o horário marcado. Se isso não ocorrer, o
terminal poderá ser multado ou sofrer outras punições.
O
problema é que não há estacionamentos suficientes para os caminhões que
transportam a soja, que neste ano pode chegar ao recorde de 90 milhões de
toneladas.
E os
novos pátios que a Codesp anunciou ontem dificilmente ficarão prontos a tempo
-a estatal ainda avalia terrenos candidatos a receber os estacionamentos.
“Não é de
uma hora para outra que se constrói um pátio com as instalações necessárias
para atender toda a demanda”, diz Nicolau Bissoni, dono da Transportadora
Botuverá, de Mato Grosso.Os pátios precisam ter banheiro, refeitório e
alojamento.
O
superintendente da Codesp, Oswaldo Barbosa, admite que faltou agilidade na
execução do projeto em 2013, mas diz que toda a estrutura necessária para evitar
filas estará pronta até o dia 30.
A Folha
apurou, no entanto, que grandes usuários do porto não foram chamados para
elaborar a versão final do projeto, participando apenas de conversas iniciais.
Alguns não estão cientes das mudanças programadas, o que pode gerar atrasos.
Para
Edeon Vaz Ferreira, diretor do Movimento Pró-Logística da Aprosoja (associação
dos produtores de soja de Mato Grosso), o plano não resolve o gargalo, só muda
o problema de lugar.
“A carga
vai ficar represada na origem. Como não temos locais adequados para segurar o
produto, o caminhão vai virar armazém”, diz.
Ele diz,
porém, que o maior rigor no controle do agendamento pode diminuir as filas.
Para ele, projeto parecido foi adotado no porto de Paranaguá (Paraná) com
sucesso nos dois últimos anos.
Fonte: Folha de São Paulo
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