terça-feira, 2 de outubro de 2012

VALORIZAR O PROFISSIONAL DE CARGA É RESPEITAR SEUS DIREITOS


 
Empresas do setor de transportes investem em iniciativas de reconhecimento e desenvolvimento de motoristas contratados para tornar o ambiente de trabalho mais agradável, melhorar a qualidade de vida e incentivá-los a se empenhar mais na conquista de suas metas dentro da transportadora

Maiores salários, cursos de aprimoramento profissional e folgas semanais para ficar com família. Esses são apenas alguns dos desejos listados por carreteiros ao serem questionados sobre quais atitudes uma empresa pode tomar para valorizar o quadro de motoristas contratados. "As empresas poderiam melhorar o nosso salário, investir em treinamentos para nos capacitar e nos instruir a respeito das novas tecnologias embarcadas; oferecer assistência médica e odontológica que funcione - e extensiva aos nossos familiares", afirma João Evaldo, carreteiro de 51 anos de idade e há 24 na profissão. Evaldo diz também ser necessário a aplicação de uma jornada diária de trabalho menos intensa, ou "mais justa e humana", como ele próprio define, além da inclusão do pagamento de horas extras sempre quando solicitado ao motorista o cumprimento de viagens fora do horário de trabalho acordado.
É necessário jornada diária menos intensa, mais justa e humana, e pagamento de horas extras para viagens fora de horário, sugere o carreteiro João Evaldo
Edson Souza, ex-autônomo e profissional contratado há mais de 15 anos, entende muito bem a insatisfação do colega João. "O salário está muito defasado, por isso o primeiro passo para mudar essa situação é aumentar o piso, depois gostaria que tivéssemos descansos de três ou quatro dias para podermos ficar com nossas famílias", diz Edson. Segundo o Sindicargas (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas Secas e Molhadas, Empresas de Logística no Ramo de Transporte de Cargas de São Paulo e Itapecerica da Serra) o piso salarial de um motorista carreteiro hoje é de R$ 1.262,21. Para Souza, se a situação não mudar, o desinteresse pela profissão tende a aumentar com o passar dos anos. "Vejo por aí muitos amigos que preferem ficar com o caminhão parado a trabalhar", reforça o carreteiro.
O salário está muito defasado e o primeiro passo para mudar essa situação é aumentar o piso e podermos ficar mais com nossa família, diz Edson de Souza
Atualmente, o setor de transporte rodoviário de cargas sofre com a falta de 120 mil motoristas no mercado, segundo pesquisa divulgada no ano passado pela NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). O desinteresse dos jovens pela profissão e a exigência das empresas por condutores preparados, especializados e qualificados para dominar as tecnologias inclusas nos novos caminhões são os grandes motivos da carência.
Investir em colaboradores é retorno garantido na hora de conquistar as metas estabelecidas, afirma Marcio Bezerra, gerente de RH de empresa de transportes
Conscientes disso, companhias têm praticado ações, programas e encontros para valorizar seus motoristas, oferecendo cursos, planos de carreira e premiações. A Transportadora Americana (TA) é uma delas. De acordo com Márcio Bezerra, gerente de RH da empresa, o investimento em colaboradores é retorno garantido na hora de conquistar as metas estabelecidas. "Acreditamos que uma gestão participativa, contribui para o fortalecimento da relação empresa X colaborador e para um ambiente inovador", explica Bezerra.
Empregado, o carreteiro Luiz Ghiraldi se diz realizado com o trabalho que executa e com as oportunidades que a transportadora lhe proporciona
De acordo com o executivo, as iniciativas promovidas pela TA visam desenvolvimento profissional do motorista, retenção do funcionário na empresa, prevenção de acidentes nas estradas e incentivo pela frequência no trabalho e por apresentação de bons resultados. "Grande parte de nossos profissionais iniciou suas atividades na empresa em cargos operacionais e hoje participam das decisões estratégicas da transportadora. Nossos motoristas são treinados periodicamente por uma equipe especializada de monitores e instrutores. No mesmo intuito, temos o programa ValeR (Valorização e Reconhecimento) que possibilita ascensão de carreira desde sua admissão", reforça o gerente.
 
A Júlio Simões Logística (JSL), por sua vez, diz incentivar os motoristas da a trocarem a categoria da CNH. Com auxílio nos custos desembolsados durante o processo. O objetivo da iniciativa é contribuir para a evolução da carreira dos profissionais na medida em que são preparados para conduzir veículos maiores e mais pesados. Outros pontos destacados pela empresa são o oferecimento das vagas que surgem primeiramente aos profissionais da casa antes de serem divulgadas ao mercado; o Programa de Valorização da Família, que apóia a indicação de familiares para trabalhar na empresa, e campanhas de alerta direcionadas aos motoristas sobre cuidados pessoais, de saúde e alimentação. Incentivos como premiações por cumprimento de prazos de entrega e redução do consumo de combustível, além do programa de participação nos resultados (PLR) também estão na lista de benefícios da JSL.

Fonte: O carreteiro

2 comentários:

  1. esse salario de motorista carreteiro e desmotivador e injusto.

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  2. Eu sou motorista de hr mais gostaria de saber quais sao meus direito e horario?.pois meu patrao faz eu trabalhar de mais alem de motorista eu fasso tudo.e nao tem horarios tem dias q saio 10horas da noite e nao ganho hora extra.e ate feriado e no sabado o dia todo.mt desgastante.quero saber o q devo fazer?

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