terça-feira, 23 de outubro de 2012

Falta sinalização em passagens de nível na Capital


Os trens de carga, na Capital, passam, todo dia, por locais movimentados. A disputa entre trem, carros, ônibus e pedestres deveria indicar passagens de nível seguras. O que se vê, no entanto, é o contrário. O POVO passou por dez passagens de nível por onde transitam os trens de carga, entre o Mucuripe e a Parangaba. Na maioria dos locais, constatou-se a falta de sinalização e a imprudência de quem avança sobre os trilhos sem nenhuma cautela.

A situação é pior na rua Germano Frank, 
próximo ao terminal Parangaba. Crianças e adultos cruzam a todo instante a linha do trem. Não há aviso sonoro nem visual. A cancela, para impedir que os carros avancem, já não existe mais. No chão, quase não há mais sinalização. Só se percebe quando o trem está chegando por causa do apito. “É arriscado demais. Tinha uma cancela, mas acho que o povo roubou”, diz Antônia Rodrigues, 64, que “nasceu e se criou” às margens da linha férrea.

Ela diz que já está acostumada ao barulho do trem. Mas ainda se assusta com “os meninos” que insistem em se arriscar “surfando” em cima dos vagões do 
veículo. “É um perigo”. Perto dali, na rua Antônio Fiúza, a sinalização visual pisca a toda hora. “Tá com problema. Também não tem som. Quem apita é o trem, quando se aproxima”, conta a costureira Vládia Torres, que há 30 anos mora lá. Apesar de acostumada a viver ao lado de onde o trem passa, não deixa de se preocupar com os acidentes.

“Os ônibus, os carros passam sem olhar. O trem vem e acaba batendo. Não tem como frear”. O lugar não tem barreira, o que, segundo ela, ajudaria a evitar acidentes. Do outro lado da cidade, na Via Expressa, no cruzamento com a rua Juvêncio Vasconcelos também falta sinalização 
paragarantir a segurança de quem atravessa. No chão, até existe a indicação da passagem de nível. Mas o sinal sonoro e visual estão quebrados, segundo os moradores. Cancela também não existe. Os carros, que deveriam olhar para um lado e outro antes de ultrapassar, passam velozes.

“O pessoal é muito imprudente. Se tivesse uma barreira, seria melhor”, relata Antônio Eugênio Cardoso, 30, que tem uma banquinha de frutas ao lado da linha férrea. Ele diz que nunca viu acidente, mas os vizinhos garantem que têm. Na avenida Borges de Melo, há cancela funcionando. Sinal sonoro e visual também.

Porém, mesmo assim, os acidentes acontecem. “Se não tivesse a barreira, poderia ser pior”, adverte seu Ilamar da Silva, 44. Ele mora às margens dos trilhos desde que nasceu. Era um dos que subiam no trem só por brincadeira. Hoje, reconhece o perigo. “Eu ia até a Praia do Futuro. Agora eu quero é distância”. A “brincadeira” chama atenção das amigas, Carol, 10, e Lívia, 9. “Quando o trem passa devagarzinho, a gente bate nele. Subir, não. Deus me livre”, diz Carol. Ela conta que já viu acidentes. Um, há poucos meses. O menino bateu num fio e caiu.

Em nota, a Transnordestina Logística S.A., responsável pela 
administração do ramal Parangaba-Mucuripe, informou apenas que faz a substituição de placas e de cancelas quando necessário. Disse ainda que “as equipes de segurança da Transnordestina monitoram o ramal diariamente e comunicam aos responsáveis a necessidade dos reparos”. O POVO, no entanto, não viu nenhuma equipe por onde passou. Quanto ao chamado “surfe ferroviário”, a empresa informou que tem uma política de combate a essa prática e disse promover campanhas educativas.

Entenda a notícia - Uma mulher morreu na última quinta-feira após a colisão entre um carro e um trem em Caucaia. Segundo testemunhas, a sinalização visual e sonora também não estava funcionando. O POVO verificou se a sinalização em passagens de nível do trem de carga também é precária.

Saiba mais - AMC. Sobre a falta de sinalização horizontal em algumas passagens de nível, a AMC explicou, por meio de nota, que isso pode ocorrer por causa de algumas situações, como desgaste natural ou de recapeamento da via.

O órgão disse ainda que o reparo é providenciado, à medida que o problema vai sendo identificado. A AMC não informou se está previsto algum conserto. O reparo pode ser solicitado por meio do Fala Fortaleza: 0800 025 2302.


Fonte:O Povo – CE

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