quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Postos ficaram sem reabastecimento no sábado

 

A suspensão no reabastecimento dos estoques ocorreu devido à paralisação doscaminhoneiros

Dezenas de caminhoneiros paralisaram as atividades e enfileiram as carretas- tanques em frente à BR distribuidora, no início da manhã FOTO: RODRIGO CARVALHO

Os postos de combustíveis de Fortaleza e do Interior cearense tiveram problemas de reabastecimento ontem, o que pode 
voltar a ocorrer a partir da próxima segunda-feira. A suspensão no abastecimento foi provocada por paralisação dos caminhoneiros transportadores, iniciada no começo da manhã, e que lutam por melhorias salariais.

A paralisação começou por volta das sete horas da manhã, e chegou a mobilizar cerca de 500 caminhoneiros, que fizeram uma fila de carretas no entorno das distribuidoras BR e SP, nas imediações do Porto do Mucuripe. Apesar de suspensa antes do meio dia, - a pedido do Ministério Público Federal - o movimento causou a falta do produto, sobretudo gasolina, em alguns postos no período da tarde.

Sem risco imediato

"Os postos já começaram a me ligar declarando desabastecimento. Normalmente, a gente trabalha com estoque para um ou dois dias. Os que têm maior estoque de galonagem aguentam três ou quatro dias. Mas os pequenos, não. Estes já começam a ficar sem combustível", declarou, o assessor do Sindicato dos Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos), Antônio José Costa, no início da tarde.

À noite, porém, a situação já havia voltado à "normalidade", o que elimina o risco - iminente no começo da manhã - de vir a faltar combustível nos próximos três dias, nos postos no Estado. "Voltamos (a distribuir) em atenção ao pedido do Ministério Público do Trabalho", explicou o assessor político do Sindicato dos Caminhoneiros do Ceará (
Sindicam), Lúcio Brito.

Estado de greve


De acordo com o presidente do Sindicam, Mirio Pavan, a paralisação tem por motivo o reajuste salarial da categoria. "Há quatro meses estamos querendo definir isso, mas ainda há um impasse, e nada saiu. Nós reivindicamos 10% de reajuste, vale refeição no valor de R$ 10 (hoje é de R$ 7) e diária de viagem de R$ 55 para o motorista, que hoje é de R$ 46", informa Pavan.

"Nosso salário é o pior do Norte e Nordeste", protesta Pavan. Conforme acrescentou Brito, os caminhoneiras reclamam ainda que estão sendo obrigados pelas distribuidoras BR, SP e Raizem a fazerem, eles próprios, atividades de carga, descarga e transbordo de combustíveis.

"Os motoristas estão sendo obrigados a subirem nos tanques, para fazer um serviço para o qual não foram qualificados, gerando riscos às pessoas e a eles próprios", reclamou Brito. Ele disse que a exigência vai ao encontro de uma norma da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que vem sendo descumprida no Ceará.

De acordo com ele, a categoria volta a se reunir na manhã da próxima segunda-feira, na sede do sindicato, para decidir os rumos do movimento paredista.

Conforme falou, de acordo com o que for decidido, poderá haver novas manifestações em frente à Petrobras, no Mucuripe, na BR - 116 e no Anel Viário, e ser instalado estado de greve. "São locais de grande fluxo de caminhões - de combustíveis e conteineiros - que chegam e que seguem rumo ao Porto do Pecém", explicou o sindicalista.

Transportadoras

O gerente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado do Ceará (Setcarce), Expedito Róseo, informou que já vem em negociação com o sindicato dos trabalhadores, e que espera um novo encontro para negociação junto ao procurador do Ministério do Trabalho, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. "Nós já temos uma nova proposta, mas trataremos dela nessa reunião, que deverá ser marcada pelo Sindicam", afirmou. 

Fonte: Diario do Nordeste

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