quinta-feira, 12 de abril de 2012

AGENCIADOR ENTRE O CARGA E O CARRETEIRO



Munidos de uma agenda, com números de empresas que costumam ter cargas; telefone e Internet, o agenciador é um personagem conhecido entre os carreteiros.
Apesar das reclamações em relação aos valores cobrados à título de comissão pela contratação das cargas, é muito fácil encontrar motoristas admitindo ser mais difícil sem a intermediação desse profissional

Na contabilidade quase sempre apertada do carreteiro, invariavelmente consta um item a ser descontado do valor do frete, que dificilmente pode ser eliminado. É a comissão do agenciador de cargas, aquele personagem encontrado na maioria dos postos de combustíveis ou pontos de estacionamento de caminhões. Munidos de dois ou três telefones celulares, são vistos como a salvação dos estradeiros, embora fiquem com uma razoável fatia do valor do frete negociado. Com alguns telefonemas para empresas transportadoras conseguem os mais diferentes tipos de cargas para praticamente todas as localidades do País. E de acordo com a lei da oferta e da procura, servem também como uma fonte confiável dos valores dos fretes vigentes no mercado. Mesmo assim, há quem os veja com certa desconfiança, culpando-os de achatar o valor do frete, sempre levando vantagem maior do que seria o negociado com o carreteiro.

Na opinião do presidente do Setcergs (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul), José Carlos Silvano, 56 anos, o agenciador de cargas é essencial para a atividade do motorista de caminhão, servindo também, como referência de preços de mercado. "Ele sabe tudo, conhece o mercado e serve para reduzir os custos para as empresas e carreteiros, fazendo o meio-campo e simplificando as negociações". É de muita importância no setor de transportes, segundo afirma, embora ressalte que, como em todas as atividades, existem também os maus elementos. Em alguns casos, pessoas da própria empresa atuam de comum acordo com o agenciador e estabelecem valores irreais de fretes, que não são repassados ao carreteiro. Essa diferença é repartida entre eles, numa atitude criminosa e de difícil identificação, admite Carlos Silvano. "Mas, pelo menos 90% desses profissionais são pessoas honestas e trabalhadoras", diz.

Fonte: Revista o Carreteiro

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