segunda-feira, 7 de novembro de 2011

As longas estradas são a casa deles



Profissionais que trabalham transportando cargas, os caminhoneiros têm a oportunidade de conhecer diferentes culturas. A experiência na estrada, garantem, não há igual.

Amanhecer em Fortaleza, dormir em Feira de Santana, depois partir em direção ao Paraná, passando por Belo Horizonte e por São Paulo. “Não sou espírita, mas se existir isso de reencarnação, eu prefiro voltar como caminhoneiro”, afirma o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Ceará (Sindicam - CE), José Tavares.
Caminhoneiro profissional há 39 anos, Tavares nunca pensou em trabalhar em outra área, mesmo diante das “intempéries”. As vantagens, destaca, são a sensação de liberdade, o conhecimento de outras culturas e de pessoas diferentes a cada novo serviço. “Sempre procurei empresas de nível nacional ou internacional que me proporcionaram viagens para vários países do Mercosul”, diz.
Porém, nem só de aventuras vivem os caminhoneiros. Um dos problemas da profissão são os prazos estipulados pelas transportadoras. Tavares destaca que, diante das pressões, muitos profissionais usam inibidores de sono, aumentando os riscos de acidentes durante as viagens.
“A jornada de trabalho é muito extensiva, com cerca de 14 horas por dia e, muitas vezes, sem pagamento de horas extras. Nós temos lutado no sindicato contra isso”, diz. Os assaltos também põem em risco os profissionais.
Atuação
O caminhoneiro pode ser autônomo, aquele que é dono do próprio caminhão e oferece os serviços; e o contratado, que atende às demandas da empresa e recebe um salário fixo. Os que lidam com cargas de risco, como inflamáveis, recebem remuneração mais alta. Porém, é necessário fazer curso na área.
Para o transporte de cargas específicas, é obrigatório o curso de Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP). O curso oferecido pelo Senai capacita para o transporte de produtos como gasolina, cloro e óleo diesel.
“Hoje, o mercado está aquecido devido às grandes obras para a Copa do Mundo, no Castelão e nos portos. Esses trabalhos demandam motoristas capacitados para movimentar cargas diversas”, diz o instrutor educacional do Senai, Eduardo Câmara.
Os requisitos para fazer o curso são ter habilitação nas categorias C, D ou E, ser maior de 21 anos e não ter pontuação na carteira de motorista. O Senai também oferece curso de formação para caminhoneiros, assim como o Sest/Senai.
Saiba mais

Salários
A média de salário para quem não possui caminhão próprio é de R$ 1.200 e varia com a empresa e a carga a ser transportada. Profissionais autônomos tendem a ganhar mais, porém, a manutenção de um caminhão é bastante alta.
Cursos
Para atuar na área, deve-se ter curso. Há turmas abertas no Senai (www.senai-ce.org.br) e no Sest/Senat (www.sestsenat.org.br).
EM ALTA
TRABALHO
Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, o número de postos de trabalho tende a crescer com a maior quantidade de obras executadas. Para se destacar na área, já existem cursos de formação.
EM BAIXA
JORNADAS
Devido aos prazos apertados, o caminhoneiro tem exaustivas jornadas de trabalho. Para cumprir com as atividades, é comum o uso de inibidores de sono, que são prejudiciais à saúde.

Fonte: O Povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário