A proposta de paralisar
600 mil caminhões que circulam no Brasil está dividindo a categoria. O
Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) prepara para a próxima quarta-feira
uma greve geral. Em 25 de julho é comemorado o Dia do Motorista. Porém, para o
presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina, Eder Dal‘ Lago, não é o momento de paralisação. “Estamos
negociando com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e nossa
reivindicações estão sendo atendidas”, destaca. Ela acusa o MUBC de querer usar
os caminhoneiros para realizar “baderna nas rodovias. De acordo com Dal’Lago, a
orientação tanto para os 180 mil motoristas gaúchos quanto para os 80 mil de
Santa Catarina é que não participem do movimento marcado para quarta-feira.
Por
outro lado, o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Rio
Grande do Sul (Setcergs), José Carlos Silvano, ressalta que a entidade
considera justo as reivindicações do movimento. No entanto, ele alerta as
empresas transportadoras sobre os riscos de circular nas rodovias gaúchas
durante a realização dos protestos. Segundo Silvano, no período de greve as
apólices de seguros não cobrem sinistros e, nesse caso, as empresas não devem
permitir que seus caminhões circulem nas estradas. “As cargas dos clientes
também ficam sem seguros. Em caso de paralisações, o ideal é que as empresas
não coloquem os caminhões e as mercadorias em locais de risco ou piquetes”,
acrescenta.
O
Setcergs possui 8,5 mil empresas transportadoras associadas ao sindicato no Rio
Grande do Sul. Elas são responsáveis por 240 mil caminhões. Conforme Silvano,
86% das cargas do Estado são transportadas através de caminhões.
A
pauta de reivindicações proposta pelo MUBC discute alterações provocadas pela 12.619,
restrições no trânsito nas cidades, a falta de pontos de paradas para descanso
dos motoristas nas rodovias, aumento do preço dos combustíveis, alta carga
tributária e aumento do roubo de cargas e caminhões. Outro ponto reclamado pelo
MUBC diz respeito ao cartão-frete que estabelece que os motoristas somente
poderão prestar serviços exclusivos para entidades que estiverem vinculados.
Segundo os sindicalistas, a medida impossibilita a venda de fretes e compromete
as atividades dos profissionais autônomos do setor.
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