sexta-feira, 1 de junho de 2012

Polícia abre inquérito contra líder de sindicato


Ontem, 11 canteiros de obras foram invadidos por grevistas, que também teriam agredido funcionários

A Polícia Civil iniciou um inquérito, ontem, contra Nestor Bezerra, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF). O líder sindical pode responder na Justiça por crimes de invasão de domicílio e danos materiais por conta da invasão dos grevistas a um canteiro de obras no bairro São João do Tauape, onde houve destruição de materiais durante uma manifestação da categoria.


Um stand de vendas foi destruído, ontem de manhã, na Rua Dr. José Lino, no bairro Varjota, por vários manifestantes que chegaram ao local em dois ônibus


Também na mesma delegacia, foi instaurado inquérito para apurar as responsabilidades pelo que aconteceu na manhã da última terça-feira, quando a sede do Diário do Nordeste foi depredada por grupo de sindicalistas da indústria gráfica e da construção civil.

Um Boletim de Ocorrência (B.O.) foi lavrado naquela distrital e, ontem, advogados representantes da empresa jornalística entregaram uma queixa-crime. Hoje, será iniciada a investigação para a individualização das responsabilidades para efeito de indiciamento.

Um total de 11 canteiros de obras foi invadido, ontem, por trabalhadores da construção civil, em greve há 25 dias. Eles se organizaram em ônibus e foram a empreendimentos de vários bairros de Fortaleza. Segundo construtoras, operários depredaram stands de venda, arrombaram portões, quebraram câmeras, roubaram e destruíram objetos e agrediram funcionários.

A ação pode ser vista como uma afronta à Justiça, considerando que, desde o dia 22 de maio, eles estão proibidos de realizar manifestações violentas e devem manter distância dos canteiros de obras de, no mínimo, 200 metros. Os grevistas também ignoram a ordem judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 7º Região, exigindo que a categoria volte às atividades, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

O STICCRMF informa que desconhece as invasões e que os trabalhadores não foram orientados a irem até as construções. "É impossível que numa categoria com 62 mil operários tenha apenas santos", disse Laércio Cleiton Santos, um dos diretores do sindicato laboral.

Uma das invasões aconteceu na Rua Oswaldo Cruz, na Aldeota. Além de quebrar objetos, grevistas roubaram quentinhas de funcionários, capacetes e ferramentas de trabalho. Uma funcionária teria sido agredida com murros e chutes. Quem também sofreu agressão foi o engenheiro de uma obra na Av. Pompílio Gomes, Castelão.

Sobre a abertura dos inquéritos, a equipe de reportagem procurou a assessoria jurídica do STICCRMF, mas as ligações não foram atendidas.

Sinduscon pedirá bloqueio de conta


O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) vai requerer o bloqueio das contas bancárias do STICCRMF, online, da quantia relativa aos dias em que a categoria permaneceu em greve, em descumprimento à medida judicial que determina a volta ao trabalho.

Segundo o assessor jurídico do Sinduscon, Cleto Gomes, ele ingressará hoje com requerimento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT 7ª), solicitando que o desembargador Antônio Marques Cavalcante Filho que, na última quarta-feira, determinou fim do movimento grevista, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia, proceda o bloqueio.

"O desembargador localiza as contas do sindicato e procede ao bloqueio judicial", afirmou.

Cleto falou dos prejuízos financeiros da paralisação. "Não só as empresas estão sendo afetadas, mas os próprios trabalhadores que ficam sem remuneração neste período. Não entendo a continuidade da greve, de uma feita que as cláusulas econômicas foram fechadas. Então, o movimento não é de natureza econômica, mas política", disse.

O assessor informou que, mesmo não tendo sido pactuada, a convenção coletiva, os valores apresentados pelo Sinduscon, com atendimentos às cláusulas começam a valer a partir de hoje. 
Fonte: Diario do Nordeste

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