Cerca de 50 sindicatos da central
operária argentina CGT vão aderir à greve convocada pelo sindicato de
caminhoneiros na próxima quarta-feira exigindo a eliminação do imposto sobre os
salários, após suspender na quinta-feira a greve que impediu o abastecimento de
combustíveis, anunciou um porta-voz.
"Aderimos à greve nacional e
à mobilização de caminhoneiros. São cerca de 50 organizações sindicais",
disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira Juan Carlos Schmidt,
porta-voz da central.
Schmidt admitiu que "há
organizações (da CGT) que não aderiram", sem citá-las, mas que estas
respondem ao líder dos metalúrgicos, Antonio Caló, a quem a presidente Cristina
Kirchner postula como líder da central, em substituição ao opositor Hugo Moyano.
Moyano, líder dos caminhoneiros e
da CGT, foi o impulsionador da greve no transporte de combustíveis encerrada
nesta quinta-feira, um dia antes de sua finalização, depois de alcançar um
acordo salarial com os patrões, apesar de ter convocado o novo protesto operário
para a próxima semana.
"A greve vai acabar e a
distribuição do combustível será normalizada. Na próxima quarta-feira, haverá
uma greve nacional com uma mobilização na Praça de Maio (em frente à Casa
Rosada, de governo) contra o perverso imposto sobre o trabalho", disse
Moyano em outra coletiva de imprensa.
Moyano passou este ano à
oposição, depois de ser um aliado tático do falecido ex-presidente Néstor
Kirchner (2003-2007) e de sua mulher, a presidente Cristina Kirchner
(2007-2011, reeleita até 2015.
Ao justificar a nova convocação,
Moyano disse que "os salários dos caminhoneiros passaram a um segundo
plano, porque não serve de nada (o aumento salarial) se não houver aumento do
mínimo isento (do imposto de renda).
O líder desafia o poder da
presidente, que ameaça retirá-lo no congresso da central a ser realizado em 12
de julho.
"Peço à senhora presidente
que deixe de lado a soberba, que pare de achar que só porque recebeu 54% dos
votos (em 2011) pode fazer o que quiser, que tenha um pouco de humildade e entenda
a necessidade de acabar com essa discriminação e esse imposto injusto",
completou.
O fim da greve de três dias
iniciada na quarta-feira foi decidido depois de ser divulgado um acordo entre o
sindicato e os proprietários dos caminhões de um aumento salarial de 25,5%.
A greve de caminhoneiros afetou
os postos de gasolina de quase todo o país e ameaçou paralisar grande parte da
indústria argentina.
A CGT, de 8 milhões de afiliados,
é uma tradicional coluna vertebral dos governos peronistas.
Fonte: CGT
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