O Brasil esteve quase paralisado em função das greves nacionais
que sobre ele se abateram. Com destaque para a
paralisação dos caminhoneiros que se estendeu, com maior intensidade, no
Sudeste do País, e em especial aqui no RS, na BR-392, em Rio Grande, e na
BR-101, em Três Cachoeiras.
Com espanto, vi que o mote da paralisação era um protesto sobre a recente lei que garantiu maior descanso aos profissionais dos caminhões. Ou seja, os motoristas não queriam menos carga horária, sob alegação de que não tinham onde repousar. Queriam que talvez o governo construísse pousadas ou incentivasse os particulares a fazê-lo. Mais ou menos como os trabalhadores urbanos que recebem vale-refeição e exigissem restaurantes ao lado de seus locais de trabalho.
Ora, claro está que não é isso que está por trás do movimento que, na realidade, é um verdadeiro lock out, isto é, greve das empresas ou dos patrões, que não querem arcar com o custo que advirá da lei. Aumentando o tempo de descanso dos motoristas, por certo que aumentará o valor dos fretes, posto que as encomendas demorarão mais a ser entregues, visto que deverão ser incluídas nessa conta as despesas com a hospedagem e a alimentação dos motoristas. Aos transportadores, parece que pouco importa a segurança nas rodovias, que o motorista dirija por 10, 11, 12 horas consecutivas sem interrupção, que causem acidentes nas mais das vezes fatais. Importa mesmo é que a carga chegue o quanto antes.
Segurança é o que menos interessa no caso. Sem contar o aspecto que, em havendo mais descanso, haverá menos pagamento de horas extras. Isso parece que também escapou aos cálculos dos sôfregos empresários. De forma que tivemos um movimento inédito, que protesta por uma medida que beneficiará os grevistas e que parece que teve sucesso, posto que o governo aceitou formar uma comissão para, quem sabe, rever alguns pontos da controvertida norma – que, por sinal, mereceu amplo debate em todo o Brasil com as categorias envolvidas. Rogério Teixeira Brodbeck, jornalista e advogado
Com espanto, vi que o mote da paralisação era um protesto sobre a recente lei que garantiu maior descanso aos profissionais dos caminhões. Ou seja, os motoristas não queriam menos carga horária, sob alegação de que não tinham onde repousar. Queriam que talvez o governo construísse pousadas ou incentivasse os particulares a fazê-lo. Mais ou menos como os trabalhadores urbanos que recebem vale-refeição e exigissem restaurantes ao lado de seus locais de trabalho.
Ora, claro está que não é isso que está por trás do movimento que, na realidade, é um verdadeiro lock out, isto é, greve das empresas ou dos patrões, que não querem arcar com o custo que advirá da lei. Aumentando o tempo de descanso dos motoristas, por certo que aumentará o valor dos fretes, posto que as encomendas demorarão mais a ser entregues, visto que deverão ser incluídas nessa conta as despesas com a hospedagem e a alimentação dos motoristas. Aos transportadores, parece que pouco importa a segurança nas rodovias, que o motorista dirija por 10, 11, 12 horas consecutivas sem interrupção, que causem acidentes nas mais das vezes fatais. Importa mesmo é que a carga chegue o quanto antes.
Segurança é o que menos interessa no caso. Sem contar o aspecto que, em havendo mais descanso, haverá menos pagamento de horas extras. Isso parece que também escapou aos cálculos dos sôfregos empresários. De forma que tivemos um movimento inédito, que protesta por uma medida que beneficiará os grevistas e que parece que teve sucesso, posto que o governo aceitou formar uma comissão para, quem sabe, rever alguns pontos da controvertida norma – que, por sinal, mereceu amplo debate em todo o Brasil com as categorias envolvidas. Rogério Teixeira Brodbeck, jornalista e advogado
Fonte: Jornal do Comércio - RS
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