A maioria dos alunos do Instituto Federal do Ceará (IFCE) continua sem previsão de retorno às aulas. A rotina de estudos continua alterada e os prejuízos no desenvolvimento das pesquisas se acumulam ao longo desses três meses de paralisação - começou em 1º de agosto. Dos 23 mil alunos matriculados nos cursos presenciais e a distância., apenas cinco mil voltaram às aulas.
Isso porque, até agora, apenas os campi de Acaraú, Cedro, Crato, Iguatu e Juazeiro do Norte, além do campus avançado de Aracati, retornaram suas atividades após a decisão nacional de suspensão da greve.
Ao todo, são 23 campi e campus avançado do IFCE em todo o Estado. Na Capital, são sete mil alunos. A greve é nacional, mas cada uma das sedes tem autonomia para decidir pela paralisação, que tem duração indeterminada. Representantes do Sindicato de Servidores do IFCE (Sindisifce) alegam que precisam trabalhar a pauta local de reivindicações para decretar a suspensão.
Carga de 30 horas para chefe administrativo, progressão funcional dos professores, inclusão no regime de dedicação exclusiva, além da formação de grupos de trabalho para discutir a administração da instituição, são alguns dos pontos de interesse levantados pela categoria. Está marcada para hoje uma reunião entre as lideranças sindicais e o reitor.
De acordo com o reitor do IFCE, Cláudio Ricardo Gomes de Lima, havia o compromisso de dialogar com a categoria quando fosse resolvida a pauta nacional. “Estamos cumprindo o que foi acertado. Esperamos que a greve acabe, já que os prejuízos são enormes para a sociedade”, comenta.
Caso a categoria opte pela continuidade da greve, o reitor do IFCE não descarta a possibilidade de perda do semestre. “Acho que o bom senso deve liderar e a categoria retorne às atividades. Porém, se insistirem nesse processo, há risco sim”.
Para o membro da direção do Sindisifce, Eulálio Costa, a decisão de continuidade da greve está vinculada à aceitação das condições apontadas. “Vamos tentar dialogar os pontos que estamos sofrendo”, detalha. Na próxima terça-feira, às 15 horas, será realizada assembleia na reitoria para discutir as propostas apresentadas e decidir sobre a continuidade da greve.
O estudante Vitor Carvalho, 23, do oitavo semestre do curso de Engenharia de telecomunicação, tem aproveitado a falta de aulas para acompanhar as assembleias.
Ele ficou surpreso com o longo período de paralisação. “Dizem que vão compensar as aulas, mas já sei que vai ser difícil me formar no próximo ano”, calcula. Para ele, a greve tem prejudicando os alunos. “O governo deveria iniciar logo uma negociação para definir a situação”.
Confronto das ideias
Você é a favor da continuidade greve no IFCE?
SIM
Compromisso
“A decisão do Ceará em continuar na greve é legítima e serve para trabalhar a pauta local de reivindicações. Quem está sendo intransigente é o governo federal. Temos o compromisso de minimizar os prejuízos gerados pela greve. Vamos fazer o que for possível para repor as aulas”.
Venício Soares de Oliveira, diretor do Sindisifce
NÃO
Desnecessária
“A greve tem prejudicado os alunos e o desenvolvimento das pesquisas. Todo esse tempo sem aulas chega a ser um absurdo. Foram feitas várias assembleias, mas nada foi resolvido ainda. A continuidade da greve é desnecessária. Os alunos acabam se sentindo desanimados”.
Marcos Medeiros, estudante de engenharia de telecomunicações
Viviane Gonçalves
OPOVO
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