Para a AMC, o número mostra que existe a necessidade urgente de se ampliar a restrição a esses veículos
Se já é difícil circular nas avenidas de grande fluxo de Fortaleza devido à concentração de veículos pequenos, imagine quando centenas de caminhões com três eixos ou mais resolvem circular durante os horários de pico. A situação tende a piorar ainda mais quando os veículos começarem a se misturar com dezenas de homens trabalhando nas obras para a Copa do Mundo. Durante os jogos, então, a situação deve ficar insustentável.
Diante dessa problemática, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) realizou uma pesquisa sobre o volume de caminhões que circulam durante os horários de pico em seis trechos da Capital. De acordo com a avaliação do órgão, a situação mais crítica ocorre em um trecho correspondente a dois quilômetros, localizado entre as avenidas Raul Barbosa, Murilo Borges até o viaduto da Alberto Craveiro. Entre 17h e 19h, a AMC contabilizou 269 caminhões com três eixos ou mais apenas no sentido Norte-Sul.
Em seguida, no sentido Sul-Norte, o trecho mais crítico fica na Via Expressa, entre a bifurcação com a Raul Barbosa e o cruzamento com a Avenida Padre Antônio Tomás, onde o órgão registrou a circulação de 205 caminhões de três ou mais eixos no período de 6h30 às 8h30. Os trechos monitorados foram BR-116 X Rua Cinderela, Raul Barbosa X Murilo Borges, Bifurcação com a Via Expressa até a Padre Antônio Tomás, Via Expressa até Santos Dumont, Via Expressa até Alberto Sá e Convergência Abolição com Via Expressa. O sentido Sul-Norte foi avaliado das 6h30 às 8h30 e o Norte-Sul, de 17h às 19h.
O empresário Ellison Machado, que tem um comércio na Rua José Vilar e mora no bairro Passaré, passa diariamente pelo trecho mais crítico, o sentido Norte- Sul, localizado entre a Raul Barbosa e o viaduto. Ele conta que, muitas vezes, evita sair do trabalho às 18h devido à quantidade de caminhões circulando no trecho. "Por exemplo, se eu sair da loja nesse horário, só consigo chegar em casa às 20h. Se sair às 19h30, chego às 20h também", relata Machado.
Estratégias
Segundo o chefe do núcleo de trânsito da AMC, Arcelino Lima, a partir dessa avaliação, o órgão tem como provar a necessidade urgente de se ampliar a restrição da circulação de caminhões para outras sete vias na Capital, são elas: Raul Barbosa, Dom Manuel, Aguanambi, Domingos Olímpio, Via Expressa, Mucuripe e Leste-Oeste. Ainda conforme Arcelino, a restrição vale para caminhões com três eixos ou mais, os quais não poderão circular de 6h às 8h30 e de 17h às 19h, sob pena de multa.
Segundo o chefe do núcleo de trânsito da AMC, Arcelino Lima, a partir dessa avaliação, o órgão tem como provar a necessidade urgente de se ampliar a restrição da circulação de caminhões para outras sete vias na Capital, são elas: Raul Barbosa, Dom Manuel, Aguanambi, Domingos Olímpio, Via Expressa, Mucuripe e Leste-Oeste. Ainda conforme Arcelino, a restrição vale para caminhões com três eixos ou mais, os quais não poderão circular de 6h às 8h30 e de 17h às 19h, sob pena de multa.
Ele explica que já foram realizadas algumas reuniões com o sindicato dos transportadores de cargas, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Rodoviária Estadual do Ceará nas quais todos os representantes concordaram a respeito da problemáticas de veículos articulados durante os horários de pico, como os reboques, caminhão cegonha, de combustível, entre outros acima de três eixos. "Com os dados nas mãos, vamos voltar à conversa e, assim, definir estratégias que não prejudiquem as empresas que necessitam desse transporte, por exemplo, onde os caminhões ficarão retidos esperando o horário de circulação, entre outras problemáticas", explica Arcelino Lima.
Proposta
Já o promotor de Justiça Gilvan Melo, coordenador do Núcleo de Atuação Especial de Controle, Fiscalização e Acompanhamento de Políticas de Trânsito (Naetran), acredita que a restrição não deve se limitar apenas às sete avenidas, mas a todas as vias de grande fluxo de Fortaleza e em um horário estendido de 6h às 21h. "Para melhorar a situação do trânsito da Capital, os caminhões devem circular apenas de madrugada", acredita.
A medida, conforme ele, deve beneficiar milhares de fortalezenses que circulam em percursos críticos, além de evitar futuros problemas de tráfego durante as obras de requalificação das vias para a Copa do Mundo.
Fluxo2,5% da frota total de veículos da Capital é de caminhões, segundo o Detran, ou seja, 19.600. A maioria desses veículos circula diariamente na cidade 205 caminhões circulam entre 6h30 e 8h30 na Via Expressa, na bifurcação com a Raul Barbosa e o cruzamento com a Avenida Padre Antônio Tomás
FIQUE POR DENTRO
Proibição existe desde 2010 em FortalezaDesde o dia 1º de março de 2010, a circulação de caminhões com tara (peso do veículo somado dos pesos da carroçaria e dos seus equipamentos), acima de 2,5 toneladas em dias úteis, das 6h às 20h, está proibida nos bairros Aldeota, Dionísio Torres, Meireles e Varjota.
Proibição existe desde 2010 em FortalezaDesde o dia 1º de março de 2010, a circulação de caminhões com tara (peso do veículo somado dos pesos da carroçaria e dos seus equipamentos), acima de 2,5 toneladas em dias úteis, das 6h às 20h, está proibida nos bairros Aldeota, Dionísio Torres, Meireles e Varjota.
As exceções são para caminhões que transportam água para hemodiálise nos hospitais, gás de cozinha, betoneiras para a construção civil, caminhões de mudança, recolhimento de lixo a serviço da administração pública, carros de reparo de redes de energia, água, esgotos e telecomunicações.
A infração, em caso de descumprimento, é considerada grave. A multa para quem cometer a violação é de R$ 85,00 e quatro pontos na carteira de habilitação.
Caso o condutor se recuse a cumprir a determinação, os agentes de trânsito são autorizados a remover o veículo. A Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) orienta que, nos locais onde é permitido estacionar, as empresas realizem o serviço de carga e descarga em horários de menos movimento para evitar engarrafamentos.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran), a frota de caminhões corresponde a 2,5% da frota total de veículos da Capital, somando cerca de 19. 600 carros, grande parte circulando diariamente.
KARLA CAMILAREPÓRTER
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