Categoria intensifica as adesões ao movimento e espera resultado de nova reunião hoje com membros do governo
A Tropa de Choque do Exército foi mobilizada, na madrugada de ontem, para manter a segurança no prédio sede da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), situado na Avenida Aguanambi, no Bairro de Fátima. O motivo do acionamento dos militares era o temor de que aquela unidade viesse a ser invadida e fechada pelos policiais civis cearenses, em greve desde a última terça-feira.
Horas antes, os manifestantes haviam ocupado o prédio da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no bairro Presidente Kennedy, e impedido os colegas de continuarem a trabalhar no plantão, forçando-os a uma adesão ao movimento.
Tropas
Sem nenhuma outra delegacia funcionando em toda a Capital e sua região metropolitana, restou somente à equipe de delegados da DHPP absolver toda a demanda de prisões e flagrantes da Grande Fortaleza. Pela manhã a situação foi amenizada com alguns distritais funcionando, embora que precariamente.
Na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), no bairro Maraponga, o delegado Bruno Figueredo, titular daquela Especializada, acabou ficando sozinho no prédio com 16 presos na carceragem. Todos os policiais ali destacados aderiram a greve e abandonaram o serviço Figueredo ficou no prédio somente com sete funcionárias administrativas e terceirizadas. Ao perceber que não havia policiais no local, os presos passaram a se agitar nos xadrezes. A situação só acalmou quando chegou ali um reforço do Exército Brasileiro.
O mesmo cenário podia ser visto, na tarde de ontem, em mais duas Especializadas consideradas de vital importância para o registro de ocorrências policiais. Na sede da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), na Rua Antônio Pompeu, Centro, havia apenas alguns soldados do Exército na porta.
Na Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM), também no Centro, o expediente foi suspenso. Não havia sequer funcionários para registrar Boletins de Ocorrência (B.Os.) a favor de mulheres agredidas ou ameaçadas. O mesmo aconteceu na Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), na Praia de Iracema. Nas 35 distritais, 12 metropolitanas e na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), o risco de fuga de presos aumentou nas últimas 72 horas.
Escrivães federais prontos para substituir os grevistas
Vinte e três escrivães federais, vinculados ao Ministério da Justiça, deverão chegar à Fortaleza nas próximas horas. A missão deles será substituir os escrivães da Polícia Civil que participam da greve da categoria desde a última terça-feira.
A medida foi anunciada na tarde de ontem logo após uma reunião a portas fechadas no Palácio da Abolição em que o governador do Estado, Cid Gomes, teve como os principais comandantes das tropas federais e locais que fazem a segurança do Estado. Entre os presentes ao encontro, o comandante da 10ª Região Militar, general Gomes de Mattos; e o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do estado (SSPDS), coronel PM Francisco José Bezerra.
A vinda dos escrivães federais faz parte do conjunto de medidas colocadas em prática desde o dia em que o governador decidiu decretar o ´estado de emergência´ no Ceará. Esta prerrogativa dá ao governador plenos poderes de pedir diretamente à Presidência da República a utilização de meios federais para garantir a segurança da população.
Em decorrência do ´estado de emergência´, foi possível a mobilização rápida de tropas federais para o Ceará. Juntos, os efetivos da Força Nacional de Segurança (FNS), Exército Brasileiro e Força Aérea (FAB), já somam um contingente de 1.400 homens em todo o Ceará.
Blindados
Para as próximas horas está prevista a chegada de dois blindados da Marinha para o patrulhamento das ruas, a exemplo do que ocorreu no Rio de Janeiro durante o cerco à Rocinha.
Sindicato e OAB elaboram pauta
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Valdetário Monteiro, esteve reunido ontem com a diretoria do Sindicato dos Policias Civis do Ceará (Sinpoci). No encontro, uma pauta mínima que deverá ser entregue hoje, ao novo procurador de Justiça do Estado, Ricardo Machado, foi elaborada. O documento será apresentado, em seguida, ao governador.
Dos nove quesitos apresentados na reunião do Sinpoci com o secretário de Segurança, na última quarta-feira, restaram apenas quatro. Segundo os policiais, estas exigências são imprescindíveis para que eles retornem ao trabalho. São elas, anistia total aos policiais que participam da paralisação e dos que foram anteriormente punidos com o corte dos salários; reajuste salarial para R$ 4.762,00 inicialmente; pagamento de horas extras; e um projeto de lei para incluir técnicos e peritos de nível médio nas promoções.
Caso a pauta mínima seja aceita, a Polícia Civil se compromete a retomar suas ações. O presidente da OAB-CE, Valdetário Monteiro, afirma que ajudará no intermédio das negociações para que a greve chegue ao final.
Pefoce
A Perícia Forense do Ceará não confirmou oficialmente a adesão ao movimento. O IML continua funcionando normalmente.
FERNANDO RIBEIRO/FERNANDO BARBOSA/EMERSON RODRIGUES
EDITOR/REPÓRTERES
A Tropa de Choque do Exército foi mobilizada, na madrugada de ontem, para manter a segurança no prédio sede da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), situado na Avenida Aguanambi, no Bairro de Fátima. O motivo do acionamento dos militares era o temor de que aquela unidade viesse a ser invadida e fechada pelos policiais civis cearenses, em greve desde a última terça-feira.
Horas antes, os manifestantes haviam ocupado o prédio da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no bairro Presidente Kennedy, e impedido os colegas de continuarem a trabalhar no plantão, forçando-os a uma adesão ao movimento.
Tropas
Sem nenhuma outra delegacia funcionando em toda a Capital e sua região metropolitana, restou somente à equipe de delegados da DHPP absolver toda a demanda de prisões e flagrantes da Grande Fortaleza. Pela manhã a situação foi amenizada com alguns distritais funcionando, embora que precariamente.
Na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), no bairro Maraponga, o delegado Bruno Figueredo, titular daquela Especializada, acabou ficando sozinho no prédio com 16 presos na carceragem. Todos os policiais ali destacados aderiram a greve e abandonaram o serviço Figueredo ficou no prédio somente com sete funcionárias administrativas e terceirizadas. Ao perceber que não havia policiais no local, os presos passaram a se agitar nos xadrezes. A situação só acalmou quando chegou ali um reforço do Exército Brasileiro.
O mesmo cenário podia ser visto, na tarde de ontem, em mais duas Especializadas consideradas de vital importância para o registro de ocorrências policiais. Na sede da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), na Rua Antônio Pompeu, Centro, havia apenas alguns soldados do Exército na porta.
Na Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM), também no Centro, o expediente foi suspenso. Não havia sequer funcionários para registrar Boletins de Ocorrência (B.Os.) a favor de mulheres agredidas ou ameaçadas. O mesmo aconteceu na Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), na Praia de Iracema. Nas 35 distritais, 12 metropolitanas e na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), o risco de fuga de presos aumentou nas últimas 72 horas.
Escrivães federais prontos para substituir os grevistas
Vinte e três escrivães federais, vinculados ao Ministério da Justiça, deverão chegar à Fortaleza nas próximas horas. A missão deles será substituir os escrivães da Polícia Civil que participam da greve da categoria desde a última terça-feira.
A medida foi anunciada na tarde de ontem logo após uma reunião a portas fechadas no Palácio da Abolição em que o governador do Estado, Cid Gomes, teve como os principais comandantes das tropas federais e locais que fazem a segurança do Estado. Entre os presentes ao encontro, o comandante da 10ª Região Militar, general Gomes de Mattos; e o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do estado (SSPDS), coronel PM Francisco José Bezerra.
A vinda dos escrivães federais faz parte do conjunto de medidas colocadas em prática desde o dia em que o governador decidiu decretar o ´estado de emergência´ no Ceará. Esta prerrogativa dá ao governador plenos poderes de pedir diretamente à Presidência da República a utilização de meios federais para garantir a segurança da população.
Em decorrência do ´estado de emergência´, foi possível a mobilização rápida de tropas federais para o Ceará. Juntos, os efetivos da Força Nacional de Segurança (FNS), Exército Brasileiro e Força Aérea (FAB), já somam um contingente de 1.400 homens em todo o Ceará.
Blindados
Para as próximas horas está prevista a chegada de dois blindados da Marinha para o patrulhamento das ruas, a exemplo do que ocorreu no Rio de Janeiro durante o cerco à Rocinha.
Sindicato e OAB elaboram pauta
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Valdetário Monteiro, esteve reunido ontem com a diretoria do Sindicato dos Policias Civis do Ceará (Sinpoci). No encontro, uma pauta mínima que deverá ser entregue hoje, ao novo procurador de Justiça do Estado, Ricardo Machado, foi elaborada. O documento será apresentado, em seguida, ao governador.
Dos nove quesitos apresentados na reunião do Sinpoci com o secretário de Segurança, na última quarta-feira, restaram apenas quatro. Segundo os policiais, estas exigências são imprescindíveis para que eles retornem ao trabalho. São elas, anistia total aos policiais que participam da paralisação e dos que foram anteriormente punidos com o corte dos salários; reajuste salarial para R$ 4.762,00 inicialmente; pagamento de horas extras; e um projeto de lei para incluir técnicos e peritos de nível médio nas promoções.
Caso a pauta mínima seja aceita, a Polícia Civil se compromete a retomar suas ações. O presidente da OAB-CE, Valdetário Monteiro, afirma que ajudará no intermédio das negociações para que a greve chegue ao final.
Pefoce
A Perícia Forense do Ceará não confirmou oficialmente a adesão ao movimento. O IML continua funcionando normalmente.
FERNANDO RIBEIRO/FERNANDO BARBOSA/EMERSON RODRIGUES
EDITOR/REPÓRTERES
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