quinta-feira, 24 de maio de 2012

Motoristas são avaliados no quadro de saúde



Monitoramento da coordenação constata que cerca de 70% dos motoristas apresentam hipertensão arterial

Itaitinga. Hipertensão, obesidade, distúrbios do sono e até casos que despontam para a depressão. Essas são as ocorrências verificadas nos caminhoneiros, que trafegam em rodovias federais e, em particular, no Ceará. Um novo diagnóstico foi realizado, ontem, no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Itaitinga, na primeira etapa de 2012 da campanha "Comandos de Saúde nas Rodovias".

As ações são desenvolvidas pelo Sest Senat e o Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF) em 24 rodovias do País. Itaitinga recebeu a campanha de avaliação nesta edição, em vista da posição estratégica para abordagem dos caminhoneiros, tanto para aqueles deixam o Estado, quando para os que estão chegando a Fortaleza pela BR-116.

A chefe do Núcleo de Comunicação da PRE, Neurismene Oliveira, disse que a escolha do local foi por favorecer uma ação mais abrangente e foi uma escolha da coordenação local.

Para Neurismene Oliveira, os Comandos de Saúde nas Rodovias, que já aconteceram em seis ocasiões anteriores, tem uma visão policial, que é reduzir os acidentes nas rodovias, atacando as causas e, também sanitária, prestando um serviço de atenção de saúde básica para os profissionais, que muitas vezes não têm tempo para um acompanhamento médico e padecem das consequências das atividades.

"É natural que procuramos checar situações de motoristas que fazem uso de entorpecentes e bebidas alcoólicas, mas as causas de doenças são mais abrangentes, como a falta de alimentação adequada, horas de sono suprimidas e falta de exercícios físicos". Ela lembra que esse diagnóstico observou que 70% dos caminhoneiros são detentores de hipertensão e propensos a doenças como o diabete.

Conscientização


Para a coordenadora do Sest Senat, Cely Dias, este ano os Comandos deverão acontecer em mais duas ocasiões. Além dessa que foi estabelecida para o quilômetro 19 da BR-116, mais duas deverão ocorrer nos meses de agosto e novembro. Em todo o País, a meta é ter atingido, ontem, cerca de 2.400 motoristas, sendo que no Posto da PRF o número que deveria ser atingido seria até 100 pessoas.

No Posto, foram oferecidos exames de aferição de pressão arterial, exames de glicemia, colesterol, Índice de Massa Córporea (IMC), teste ocular e também administradas vacinas contra o tétano e hepatite B.

Ao todo, foram mobilizados cerca de 30 pessoas entre inspetores da PRF e profissionais de Saude, inclusive agentes de saúde e um médico clínico geral de Itaitinga. "Muitos motoristas gostam dessa nossa iniciativa, porque eles são conscientes de que não levam uma vida saudável e a forma de saber como o seu corpo se encontra tem sido essas campanhas", disse Cely.

A coordenadora afirma que muitos não falam a verdade na pesquisa inicial que é feita antes da prestação dos serviços de exames. Informações valiosas como horas de sono, usos de drogas para se manter acordado (sendo a mais comum o arrebite) e a alimentação inadequada são omitidas ou negadas.

"No entanto, facilmente descobrimos a verdade pelos testes dos exames e muitas respostas são verdadeiramente conflitantes com os resultados", disse Cely. Contudo, enfatiza que o cerne da Campanha é ser educativa e ter por objetivo orientar os trabalhadores em transporte sobre os benefícios da atividade física para evitar doenças como obesidade, hipertensão, diabetes, problemas do coração, problemas respiratórios e até mesmo o câncer. Desde 2006, quando houve a primeira edição, já foram atendidos mais 55 mil motoristas.

Para o médico Claudemir Barros, o grande mérito dessa atividade é descobrir doenças que os motoristas não sabiam. "São situações que variam de casos mais simples a graves, inclusive culminando para a ansiedade e depressão", afirmou.

Nas ocorrências mais graves diagnosticadas durante os exames, os médicos são encaminhados pelas equipes da PRF para uma unidade hospitalar mais próxima e as famílias são informadas sobre as ocorrências.

"Entendo como um trabalho muito positivo, porque tanto ajuda os motoristas que ficam muito ansiosos com horários para entrega de mercadorias, quanto aqueles que não dispõem de um serviço médico para checar seu quadro de saúde", afirmou o motorista Márcio Roberto da Silva, 34 anos, e há três na atividade. Ele comemorou os resultados positivos da avaliação médica feita ainda na manhã de ontem.


Fonte: Diario do Nordeste 

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