sábado, 17 de setembro de 2011

Nova restrição de caminhões - Avenida Raul Barbosa




Carretas serão proibidas de trafegar na Avenida Raul Barbosa e Via Expressa até o Cais do Porto, segundo Etufor
O saturado trânsito de Fortaleza pode ganhar mais mobilidade. Os caminhões pesados deixarão de trafegar em vias congestionadas na tentativa de aliviar mais o tráfego. A restrição começará na Avenida Raul Barbosa - altura da BR-116 - e seguirá pela Via Expressa até a Avenida Vicente de Castro, no Cais do Porto, em horários de pico entre 6h30 até 8h30 e de 17h às 19h para carretas com tara acima de 12 toneladas. A iniciativa foi detalhada ontem pelo presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transportes e Logística do Ceará (Setcarce).
"Temos muita pressa em resolver o problema dos congestionamentos. Queremos começar estas restrições, se possível, ainda neste mês", explicou Ademar Gondim, presidente da Etufor. Além dos caminhões, também poderão ser reduzidas, segundo Gondim, as vagas de estacionamento nessas vias principais. "Cada um que tira, põe e manobra o carro para tentar estacionara acaba demorando muito e piorando tudo", comenta. O motivo de tais medidas, segundo ele, são as filas de veículos que só aumentam e podem ser reduzidas com o disciplinamento.
Detalhes
O fato dos veículos pesados seguirem lentos, causando engarrafamentos e aumentando os riscos de engavetamento só aumentou a pressa da decisão. A medida faz parte também da política de incentivo ao transporte público. "Existe hoje uma grande competição desleal de espaços. Queremos amenizar isto nos horários de pico", afirma Gondim. Inicialmente, não haveria multas, apenas advertências e orientações gerais.
O projeto será detalhado em reunião na terça-feira entre os gestores e sindicato. Ainda conforme o presidente da Etufor, será importante, para o sucesso da empreitada, o aumento da fiscalização dos agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, do Departamento Nacional de Trânsito (Detran) e das polícias rodoviárias estadual (PRE) e federal (PRF), todas atualmente já inseridas nessas discussões.
Para o presidente do Setcarce, Clóvis Nogueira, este momento será um teste para se reconhecer quem são realmente os "vilões" do trânsito e se apenas a retirada de carretas resolverá o tal problema. "Observaremos inicialmente, com a proibição apenas na Raul Barbosa, como o fluxo se comportará. Sabemos que os caminhões que seguem lotados para o Cais atrapalham, mas não são os únicos", ressalta. Segundo ele, os automóveis que param em fila dupla, fazem conversões proibidas e estacionam irregularmente contribuem para os engarrafamentos, principalmente no início da manhã e final da tarde.
Avaliação
Para o engenheiro de trânsito que está acompanhando as reuniões semanais da comissão para discutir o tema, Paulo Roberto Moreira, Fortaleza precisa não só de restrições, mas de fiscalização e planejamento. "É todo este somatório de milhares de caminhões, ônibus, carros e motos, muitos dirigindo errado, que está parando Fortaleza. Vamos ver se com a proibição das carretas a situação vai ou não melhorar", afirma Moreira.
O debate ganhou mais força quando da apresentação de Projeto de Lei (PL) que criava maiores restrições ao tráfego de carretas em Fortaleza. Entretanto, após as polêmicas, o autor da proposta, vereador Salmito Filho (PT), voltou atrás e retirou a tal proposição na pauta da Câmara Municipal de Fortaleza.
A proposta inicial do PL, em 2009 e aprovada em primeira discussão em agosto, era restringir a circulação, carga e descarga de caminhões de segunda a sexta-feira, no horário das 6 horas às 21 horas e, aos sábados, das 10 horas às 14 horas.
Multas



Sobre o assunto, o presidente da AMC, Fernando Bezerra, preferiu não se pronunciar, apenas a reunião de terça-feira ou quando o projeto estiver totalmente finalizado pela gestão pública.



Desde fevereiro de 2010, caminhões com peso total acima de 2,5 toneladas já não podem mais circular em Fortaleza em determinados horários e locais, como no Centro e em certas ruas da Aldeota, Varjota, Meireles e Dionísio Torres. Este ano, a AMC registrou, de janeiro a julho de 2011, mais de 2.570 multas por circulação indevida.
IVNA GIRÃOREPÓRTER
Jornal Diário do Nordeste
Publicada em 16.09.2011 -

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